Praga de citrinos ganha força a Norte
A nova praga dos citrinos identificada no início de 2015 «tem vindo a consolidar-se» no Grande Porto, levando a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAP-N) a pedir a colaboração da população para a “travar”.
Através da distribuição de panfletos em supermercados na zona, a DRAP-N alerta a população para a existência da praga Psila Africana, atualmente presente nos concelhos de Caminha e Viana, distrito de Viana do Castelo; Esposende, distrito de Braga; Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Valongo e Gaia, do distrito do Porto e Espinho, de Aveiro.
De acordo com o panfleto, esta nova praga, cujo inseto picador-sugador considerado de quarentena ataca os citrinos, preferencialmente limoeiros e limeiras, «foi observada pela primeira vez em Portugal Continental no início de 2015, em alguns concelhos da Área Metropolitana do Porto», e conduz «à perda de produção, ao enfraquecimento progressivo e à morte da árvore».
No panfleto, que ilustra os estragos provocados nas folhas dos citrinos pela praga, os cidadãos são chamados a colaborar, identificando num cartão destacável de resposta sem franquia que espécie afetada de citrinos tem em casa ou nas suas imediações.
Em resposta escrita enviada à Lusa, o Ministério da Agricultura afirmou que esta campanha visa «sensibilizar a população em geral, uma vez que a zona afetada abrange uma região maioritariamente urbana, onde existem citrinos em quase todos os quintais e jardins».
«Apoiar a população na deteção precoce da praga em locais onde ainda não foi detetada e, nos locais onde está presente, mobilizar a população para a aplicação das medidas de controlo indicadas, tendo em vista a sua contenção, evitando a dispersão natural, ou por intervenção humana, para outras áreas», são os dois objetivos desta ação de sensibilização.
O ministério afirma que «esta praga tem vindo a consolidar-se na área onde foi identificada e em que continua presente, ocupando a maior parte da orla litoral da zona Norte».
Para minorar o problema, destaca, «é proibida a venda destas árvores em zonas afetadas», bem como é recomendada «a poda dos ramos ou rebentos afetados, com destruição dos mesmos pelo fogo ou enterramento no local».
«Finalmente, devem ser aplicados tratamentos com produtos fitofarmacêuticos autorizados nas árvores afetadas, sendo interdito o movimento de qualquer planta, ou parte de planta, excepto frutos, nas áreas onde a praga está presente», acrescenta.
A tutela refere também que «os serviços oficiais têm também ações de monitorização no terreno para acompanhar a evolução da praga e aplicação das medidas de controlo».
A doença, que se propaga através de um inseto, «não só provoca estragos diretos como também é vetor da doença de citrinos mais devastadora a nível mundial, denominada “citrus greening”, causada por uma bactéria muito destrutiva», para a qual não há tratamento mas que ainda não foi detetada na Europa, destaca o ministério.
É ainda reconhecido que «apenas com a colaboração da população, através dessa sensibilização», será possível «baixar os níveis de presença da praga nas zonas urbanas e evitar a sua expansão para as regiões produtoras de frutos e de plantas de citrinos, que poderão ser seriamente afetadas».
A “Psila Africana”, observada pela primeira vez na Europa, em 1994, na ilha de Porto Santo, na Madeira, provoca a deformação das folhas novas, que ficam enroladas acentuadamente para o interior, atrofiadas e amareladas, sendo que o consumo de citrinos recolhidos em árvores afetadas não tem qualquer risco para a saúde humana.
Fonte: Agronegócios