Prevenir (ainda) é o único remédio para as novas doenças fitossanitárias
As pragas e doenças são cada vez mais globais. Novas ou reincidentes, devido à importação de material vegetal sem garantia sanitária ou às alterações climáticas, os seus ciclos são desconhecidos ou mudam, pelo que os agricultores têm de estar cada vez mais atentos, já que a prevenção é (quase) sempre o único remédio. Esta semana vamos falar com organizações de produtores, especialistas e empresas para saber quais as doenças e pragas que mais os preocupam. Xylella fastidiosa, Tuta absoluta, Estenfiliose, Vespa das galhas do Castanheiro e Cancro bacteriano do Kiwi, são as principais, mas há mais.
“Todas estas doenças e pragas preocupam a indústria até porque são pragas de quarentena, o que pode limitar a circulação dos produtos agrícolas portugueses para fora do País. Por outro lado, de um modo geral, são recentes os meios de luta existentes, são em número reduzido ou não existem”, defende a Associação Nacional da Indústria para a proteção das Plantas (ANIPLA), depois de consultadas suas associadas.
A ANIPLA adianta que “a indústria busca continuamente soluções para estes problemas. No entanto, não é um processo rápido, requer tempo para ensaios de eficácia e por vezes também de resíduos e ainda a preparação do respetivo dossier e o seu registo” e acrescenta: “salientamos que enquanto as doenças ou pragas não existirem em Portugal não podemos fazer ensaios no País”.
Os tratamentos a doenças ou pragas de quarentena têm que ser sempre preventivos, havendo medidas profiláticas a que se deve recorrer quando o problema está instalado, para reduzir o inócuo.
Indústria, técnicos e especialistas salientam também a crucial importância de recorrer a material vegetal sanitariamente certificado, bem como levar a cabo práticas culturais adequadas e enfocadas nos problemas em causa, como podas e mesmo medidas erradicativas nalguns casos de doenças/pragas, como queima do material vegetal arrancado.
Emília Freire