Produção de vinhos: Portugal com o pior resultado dos últimos seis anos
O mundo produziu este ano 282 milhões de hectolitros de vinho, um dos valores mais altos do século, anuncia a Organização Internacional da Vinha e do Vinho, com Portugal a registar o pior resultado dos últimos seis anos.
Este ano, a produção vitivinícola mundial atingiu os 282 milhões de hectolitros, um dos valores mais altos do século. Na Europa, só Portugal e Grécia é que viram a sua produção cair face a 2017, anunciou a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV).
Depois de um ano historicamente “mau”, com números baixos, o setor volta a ver a produção das vinhas crescer em quase todo o mundo, mostra a estimativa da OIV, que aponta para um crescimento superior a 19 por cento na União Europeia, para os 168,4 milhões de hectolitros.
Em Portugal, no entanto, há a registar uma quebra de 22 por cento, para os 5,3 milhões de hectolitros, muito por «força das condições meteorológicas, propícias a doenças da videira como o míldio e o oídio», refere a OIV. «Será o valor mais baixo dos últimos seis anos», sublinha a organização. A par de Portugal, do lado das descidas na produção, está a Grécia, com uma quebra de 15 por cento, para os 2,2 milhões de hectolitros.
A puxar pela produção da União Europeia (UE) estão países como a Itália, com mais 14 por cento, nos 48,5 milhões de hectolitros (hl), em linha com a média dos últimos cinco anos, a França, mais 27 por cento, nos 46,4 milhões hl ou Espanha, mais 26 por cento, nos 40,9 milhões.
Fora da Europa, os principais países produtores também viram o nível do vinho aumentar este ano nos lagares. Um dos exemplos é a Argentina, com mais 23 por cento, nos 14,5 milhões de hectolitros. Os Estados Unidos da América (EUA), num rumo mais marcado pela estabilidade, cresceram dois por cento atingindo os 23,9 milhões de hectolitros de acordo com a estimativa anual divulgada pela OIV, enquanto a Nova Zelândia dá um salto de 32 por cento, três milhões de hl.
Para a China, ainda não há dados para avançar uma estimativa. A Austrália aparece como mais uma exceção no mundo, ao lado de Portugal e da Grécia, com uma quebra de nove por cento,m para os 12,5 milhões de hl.
Em entrevista ao Expresso, o diretor-geral da OIV, Jean-Marie Aurand já tinha adiantado que este seria um bom ano a nível mundial e, além do volume de produção, Aurand acredita que a vindima de 2018 também trará vinhos de qualidade.
A confirmar-se a estimativa, revela-se a terceira maior vindima do século em volume, só batida pelos registos de 2004, de 298 milhões hl; 2006, com 283 milhões e 2013, com um total de 290 milhões.