publicado a: 2016-02-23

Produtores queixam-se de dumping nos produtos lácteos importados

Carlos Neves, Presidente da Associação dos Produtores de Leite de Portugal (APROPEL), apelou ao Governo para apertar a fiscalização ao alegado dumping nos produtos lácteos que chegam do estrangeiro.

Segundo este responsável, chegam a Portugal produtos a preços impossíveis, tudo indica que há dumping, e, ou o Governo aperta a fiscalização, ou será a morte de muitos produtores nacionais.

Prática proibida, dumping, é a colocação no mercado de produtos a um preço abaixo do seu custo de produção.

Cerca de três dezenas de produtores do norte de Portugal concentraram-se em frente ao hipermercado Continente, em Barcelos, numa acção de sensibilização para o consumo de leite e produtos lácteos nacionais.

Na acção, os produtores criticaram também a grande distribuição de preterir os produtos portugueses em benefício dos que chegam do estrangeiro.

Mostraram mesmo produtos “marca branca” Continente com códigos de barras portugueses mas com origem em vários países, como Alemanha, Espanha, Bélgica ou França.

Por seu lado, o Continente diz que 85 por cento do leite que vende nos seus hipermercados é de origem portuguesa. Distribuiu também um comunicado onde diz que não tem contacto directo com os produtores, ou seja, a apresentação de propostas de fornecimento é feita sempre via indústria do leite.

Para a APROLEP, estas são “palavras bonitas” que não batem certo com a realidade que diariamente constatam nas prateleiras.

Carlos Neves referiu que a realidade é que Portugal importa anualmente 500 milhões de euros de produtos lácteos, 300 milhões dos quais em queijo e iogurtes.

Isto ao mesmo tempo que os produtores nacionais de leite não conseguem escoar a sua produção e se vêem obrigados a abater animais.


Fonte: LUSA via Agroinfo

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