Reduzir desperdício alimentar pode vir a dar benefícios fiscais
Na primeira reunião da Comissão de Segurança Alimentar, criada em maio e composta por cerca de 13 entidades, o Governo apresentou uma proposta que tem como objetivo reduzir o desperdício alimentar. De acordo com o Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, em declarações ao Público, a estratégia discutida pode vir a incluir a concessão de benefícios fiscais às empresas que cumpram este objetivo.
De acordo com o Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa, em Portugal, 17% da comida produzida acaba desperdiçada, no lixo. A média da União Europeia é de 30% e nos Estados Unidos da América o problema é ainda mais alarmante, chegando aos 50%.
“O Governo deve ter uma proposta de compromisso ético entre diferentes associações e entidades. Consideramos que o desperdício alimentar deve ser visto de forma integradora desde a produção até ao consumidor”, refere o secretário de Estado ao Público.
Para já, a estratégia inclui seis áreas de intervenção: a aposta nos mercados de proximidade, a utilização por parte da indústria transformadora do excesso de produção agrícola, maior escoamento de produto, incentivos ao consumo de produtos locais e de época ou a sensibilização ao consumidor.
Outra solução proposta pela comissão passa por incentivar o consumo de produtos não normalizados, normalmente produzidos por pequenos agricultores, e incentivar “a preferência das escolas públicas por produtos de economia local”, defende Nuno Vieira e Brito.
A estratégia para travar o desperdício alimentar deverá ser concluída em setembro, data em que se realiza a próxima reunião da Comissão de Segurança Alimentar.
Fonte: Vida Rural