Regantes defendem que produtividade económica da água deve ser prioridade nos futuros apoios da PAC
Num momento em que se discute o futuro da Política Agrícola Comum (PAC) e se aproximam as eleições para o Parlamento Europeu, a FENAREG emitiu um comunicado onde considera que “os países do Sul da Europa devem concertar posições para defender o futuro da agricultura de regadio na União Europeia, essencial à produção de alimentos a preços competitivos, à fixação das populações no território e à proteção do Ambiente.
As futuras políticas europeias de apoio ao investimento em regadio devem incentivar os agricultores a atingir metas ainda mais ambiciosas de eficiência do uso da água e não centrar os esforços no “corte cego” do uso da água em agricultura.
Por exemplo, em Portugal a produtividade da água na agricultura aumentou 70% nas últimas décadas, graças à utilização de novas tecnologias de rega e à modernização das infraestruturas de regadio, sendo crucial que a PAC continue a apoiar a agricultura de regadio rumo à eficiência do uso da água e da energia”.
A FENAREG defende, por isso, que a PAC para o período 2021-2027, e em concreto os apoios do FEADER, devem ser pautados pelos seguintes critérios:
- Apoiar investimentos com base no aumento da produtividade económica da água (ou seja produzir mais kg de determinada cultura agrícola com o mesmo volume de água) e não com base na poupança de água obtida, conforme defende a atual proposta da Comissão Europeia. Esta exige aos agricultores que reduzam o volume de água de rega para pelo menos 50% do potencial de poupança, o que pode originar quebras da produção agrícola.
- Apoiar investimentos que garantam o aumento dos níveis de eficiência do uso da água e não uma redução nos volumes de água utilizados. Esta restrição proposta pela CE limita o acesso aos apoios para modernização de Aproveitamentos Hidroagrícolas e para construção de novos empreendimentos de regadio, ambos essenciais ao desenvolvimento do regadio em Portugal e no Sul da Europa.
- Considerar a eficiência do binómio água-energia, uma vez que os sistemas de rega de precisão são mais eficientes no consumo de água, mas requerem maior consumo de energia.
Diz ainda o documento que estas medidas estão contempladas num estudo abrangente que a FENAREG encomendou, visando dar o seu contributo para a definição de uma Estratégia Nacional para o Regadio em Portugal. O documento vai ser apresentado em breve aos candidatos portugueses ao Parlamento Europeu, estimando que serão necessários 1.700 milhões de euros de investimento no setor do regadio em Portugal até 2027.