publicado a: 2019-05-28

Sabia que 40% do desperdício alimentar começa em nossas casas?

É na sua casa, na minha casa e ao nível do consumo das famílias que os níveis de desperdício alimentar são estrondosamente maiores em relação ao retalho, à restauração e à indústria. Pelo menos 40% do desperdício, e em alguns casos mais, é gerado em nossas casas." O Chefe de Divisão de Organização da Produção Agroalimentar do Ministério da Agricultura, Nuno Manana, é claro: a realidade só irá mudar quando começarmos a adotar novos comportamentos.

A propósito do primeiro aniversário da Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar, cujos objetivos são prevenir, reduzir e controlar os números, Nuno Manana revelou à TSF que o Governo vai lançar, até ao fim do ano, um serviço eletrónico para reduzir o desperdício alimentar. A plataforma promete facilitar o contacto entre as instituições e os produtores, de acordo com a localização e o tipo de alimentos.

"Imagine que eu sou um produtor de pera rocha ou gerente de um supermercado e sei que hoje ou amanhã vou ter vários quilos de um determinado produto, quem estiver do outro lado, que serão genericamente IPSS, de acordo com as preferências que comunicaram em termos de localização da disponibilidade e de alimentos, é notificado para poder ser alertado dessa disponibilidade", refere Manana.

O responsável da Divisão de Organização da Produção Agroalimentar garante que o serviço está pronto, "irá a todo o momento para contratação pública e o lançamento ao longo de 2019 vai ser um marco importante."

Outro marco, pelas contas do Governo, vai acontecer no próximo ano, quando o desperdício alimentar em Portugal começar a ser medido através de um sistema europeu. O objetivo é medir a evolução anualmente, até 2030, e tentar reduzir o desperdício para metade, segundo as metas da Nações Unidas. Na prática, em finais de 2020, Portugal terá os primeiros registos oficiais sobre o desperdício alimentar no país.

O Ministério da Agricultura admite ainda que é preciso reforçar as campanhas de sensibilização previstas na Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar, para reeducar e corrigir comportamentos, à semelhança do que tem sido feito com a reciclagem.


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