Análise semanal dos mercados - 15 a 19 fevereiro
15 fevereiro
A semana fechou com uma ligeira recuperação de preços, depois das baixas consecutivas. A recuperação dos mercados financeiros teve um reflexo imediato nas commodities.
As culturas de Inverno estão-se a desenvolver bem, registando-se um avanço, devido ao Inverno ameno no norte da Europa.
No mercado americano a sessão de sexta-feira foi muito calma, uma vez que hoje é feriado nos Estados Unidos (Presidents’ Day). Os fundos estiveram, no entanto, vendedores de 4.000 lotes de milho, 1.000 lotes de soja e 2.000 lotes de trigo.
No mercado do Mar Negro o Inverno muito mais suave que o normal tem feito avançar bem as culturas e se não se registar uma vaga de frio as produtividades devem ser muito boas.
16 fevereiro
Na Europa os mercados das commodities mostraram um bom desempenho ontem, apoiado pela recuperação nos mercados financeiros.
No trigo as culturas estão bastante satisfatórias e o arrefecimento actual não suscita particular preocupação. A cevada está com um atraso no plantio de Primavera, consequente das recentes chuvas.
A colza beneficiou de uma ligeira subida, devido à recuperação nos preços do petróleo, enquanto que os óleos de palma estavam com tendência de queda no início da semana, limitando assim o potencial de recuperação.
Nada a registar no mercado americano, devido ao fecho dos mercados ontem, devido ao feriado (Presidents’ Day).
No mercado do Mar Negro nada de relevante a registar.
17 fevereiro
Nova baixa de preços dos cereais nos mercados europeus, o que vem provar que as altas dos últimos dias eram artificiais.
Continua a confusão com o Egipto no mercado internacional, pois este país rejeitou mais uma carga de trigo, desta vez proveniente do Canadá. Entretanto, o navio de trigo rejeitado pelo Egipto em Dezembro ainda está à venda, pelo que a confusão é maior.
A reabertura do mercado americano, depois do feriado de segunda-feira, acabou por ser positiva, devido à posição tomada pelos fundos. Assim, os fundos estiveram compradores de 7.000 lotes de milho, 6.000 lotes de soja e 3.5000 lotes de trigo.
A soja teve uma alta significativa, devido a uma conjugação de factores, que foram desde o bom nível de exportação dos Estados Unidos, a posição compradora dos fundos e as dificuldades de logística no Brasil.
No mercado do Mar Negro de registar as convulsões políticas na Ucrânia com a demissão do Primeiro-ministro, o que tem levado a uma desvalorização progressiva da grivna, o que favorece as exportações daquele país.
18 fevereiro
Poucas alterações ontem nos mercados europeus, apesar dos bons preços em Chicago. Esta tendência nos mercados parece continuar, devido aos elevados stocks de trigo, especialmente em França, apesar de uma forte actividade de exportação.
As condições meteorológicas permanecem geralmente favoráveis, tanto no hemisfério norte, como no sul.
O mercado americano esteve mais activo ontem, apoiado na recuperação nos mercados financeiros, o que incentivou os fundos para comprar algumas das suas posições e também com as condições meteorológicas quase perfeitas no continente sul-americano durante o período de colheita.
Os fundos estiveram compradores ontem de 9.000 lotes de milho, 5.000 lotes de soja e 4.000 lotes de trigo.
No mercado do Mar Negro as condições meteorológicas permanecem bastante boas. Este contexto é bastante favorável e levou à melhoria na condição das culturas de Inverno, tanto na Ucrânia como na Rússia, onde 63% e 61% das plantas estão em condições satisfatórias.
19 fevereiro
Na Europa temos o trigo novamente sob pressão, na sequência do relatório do FranceAgrimer, que elevou a sua estimativa de stocks para, Junho de 2016, para 6 milhões de toneladas, contra as 5,8 milhões de toneladas estimadas no mês passado, sendo o maior valor em dezassete anos.
Esta situação deve-se, sobretudo, às baixas estimativas das exportações para países terceiros, agora publicado em 11 milhões de toneladas, contra 11,3 milhões de toneladas registadas no mês anterior. Também as exportações para o Egipto foram reduzidas, devido às dificuldades causadas pelos controlos de saúde do país.
Em relação à cevada as exportações para países terceiros são elevadas, tendo sido exportadas 500.000 toneladas a 3,9 milhões de toneladas, contra 3,4 no mês passado.
Bruxelas emitiu certificados à exportação esta semana de 733.053 toneladas de trigo, sendo 352.584 toneladas para a França, totalizando até à data o valor de 16,96 milhões de toneladas. Na cevada os certificados mantêm-se elevados, com 254,277 toneladas ou 6,6 milhões de toneladas desde o início da campanha.
A colza mantém-se estável, devido às previsões de colheita de soja abundante na América do Sul.
No mercado americano os operadores nos Estados Unidos estão a encontrar uma concorrência para o trigo não muito competitiva a nível internacional, já na soja e no milho a concorrência da parte dos produtores sul-americanos é muito forte.
Os fundos estiveram vendedores ontem de 6.000 lotes de milho, 3.000 lotes de soja e 5.000 lotes de trigo.
No mercado do Mar Negro nada de relevante a registar.
Fonte: Agroinfo
