Análise semanal dos mercados - 15 a 19 de junho
15 junho
ouca evolução dos preços nos mercados europeus, com os operadores ainda preocupados com algum défice hídrico no norte da Europa.
O Egipto acabou por comprar 120.000 toneladas de trigo na Roménia e 60.000 toneladas na Rússia, o que mostra a competitividade do trigo Francês. Este tem forçosamente de baixar de preço para ser competitivo.
A cotação do euro é um factor muito importante na definição do preço, pelo que também existe grande expectativa sobre o que vai acontecer à Grécia, numa semana decisiva para as negociações.
Poucas variações de preços dos cereais no mercado americano, sendo que a tendência é para uma descida, uma vez que as chuvas previstas podem atrasar a colheita do trigo, mas são muito benéficas para a soja e milho.
Os fundos estiveram vendedores de 8.000 lotes de milho.
A soja pode vir a contrariar esta tendência, pois as últimas baixas registadas deveram-se a correcções técnicas e segundo o relatório do Departamento Agrícola dos Estados Unidos (USDA) existe um atraso já considerável de sementeira em relação ao ano passado.
A procura de soja no mercado mundial continua alta e as previsões da USDA apontam para uma ligeira diminuição de stocksnos Estados Unidos.
No mercado do Mar Negro temos a registar a afirmação da Roménia como grande exportador de trigo, com preços competitivos com os russos, o que começa a ter efeitos sobre os preços do trigo francês.
16 junho
A semana começou com uma baixa de preços nos mercados europeus, pressionada pela evolução dos preços em Chicago.
O France Agrimer reduziu, no entanto, as suas previsões para os trigos e cevada em muito bom estado em 2%, devido a algum défice hídrico no norte de França.
No mercado americano nova descida considerável do preço do trigo, pois apesar do atraso na colheita devido às fortes chuvadas, a produtividade deve ser boa e os stocks nos Estados Unidos mantêm-se muito elevados. Assim, os fundos estiveram vendedores de 10.000 lotes de trigo e 8.000 lotes de milho.
A soja teve uma sessão bastante volátil, terminando com uma estabilidade de preços. As fortes chuvas que caem nos Estados Unidos estão a atrasar as sementeiras e pode eventualmente prejudicar o potencial produtivo.
Tudo depende da evolução dos próximos dias, pois se o tempo levantar a agricultura norte-americana tem capacidade para recuperar o tempo perdido na sementeira. Entretanto, a procura internacional mantém-se forte, mas o esmagamento nos Estados Unidos, em Maio, foi inferior ao de Abril.
No mercado do Mar Negro o trigo russo continua muito competitivo e aquele país deve vir a ser o fornecedor do Iraque para o próximo negócio.
17 junho
Dia de consolidação dos preços dos cereais nos mercados europeus, depois das consideráveis descidas das últimas sessões.
O suporte dos preços está nas previsões meteorológicas, com algum défice hídrico no norte da Europa e na Polónia. Por outro lado, o France-Agrimer publicou uma estimativa de stocks inferior às previsões do mês passado, o que também deu sustentabilidade ao mercado. Esta diminuição deve-se à boa performance da exportação este ano.
No mercado americano ligeira recuperação do preço dos cereais, depois da forte descida na sessão anterior. As fortes chuvadas deixaram de preocupar os operadores face à produção de trigo.
A soja registou forte subida, devido ao atraso nas sementeiras, provocado pelas fortes chuvas. Neste momento começa a haver o receio que o excesso de humidade no solo nas zonas já semeadas venha a ter efeitos negativos na produtividade.
No mercado do mar Negro nada de relevante a assinalar.
18 junho
Sessão estável nos mercados europeus, com os preços dos cereais a serem sustentados pelos receios que o défice hídrico no norte da Europa possa ter na produtividade. A valorização do euro também teve um efeito positivo.
No mercado americano consolidação do preço dos cereais, devido também às condições meteorológicas com grandes chuvas que estão, não só a provocar inundações, como fazem subir de tal maneira o nível das águas de alguns rios, que impossibilita o transporte fluvial.
A soja voltou a subir de preço, uma vez que as grandes chuvas estão a atrasar muito as sementeiras, levando a que as plantas venham a estar em floração em Julho e Agosto e se as temperaturas forem muito altas nesses meses podem influenciar muito negativamente a produção.
No mercado do Mar Negro é a situação de seca na Rússia que atrai as atenções dos operadores. São esperadas trovoadas para os próximos dias e da quantidade de chuva vai depender a produção de trigo naquele país.
Por outro lado, os combates na Ucrânia intensificam-se e alastraram-se já a algumas zonas de produção agrícola.
19 junho
Ligeira tendência para a baixa de preços nos mercados europeus com o aproximar da colheita. Continuam, no entanto, os receios de uma baixa de produtividade, devido ao défice hídrico que se fez sentir no norte da Europa.
Bruxelas emitiu certificados esta semana para a exportação de 399.000 toneladas de trigo e de 56.000 toneladas de cevada.
A colza também desceu de preço, devido ao anúncio de chuvas no Canadá, o que melhora o potencial de produção de canola.
Pouca evolução de preços no mercado americano, sendo que as condições atmosféricas devem melhorar, permitindo uma normal evolução das culturas. Os fundos estiveram vendedores de 4.000 lotes de trigo e 4.000 lotes de milho.
A soja voltou a ter uma subida, se bem que ligeira. Continuam a ser as condições meteorológicas, com muita chuva, que condicionam o mercado, que leva a uma excedente de humidade do solo. Em algumas zonas ainda não foi permitido semear e já se fala em semear segunda vez noutras zonas. As previsões são, contudo, de uma melhoria do tempo para os próximos dias.
As grandes chuvadas estão também a causar problemas logísticos no transporte fluvial da soja.
No mercado do Mar Negro de realçar o potencial competitivo da Rússia na exportação de trigo. Os operadores estão, no entanto, receosos em realizar novos contractos, uma vez que existe a indefinição da taxa à exportação.
Fonte: Agroinfo