Análise semanal dos mercados - 16 a 20 janeiro
16 janeiro
Os mercados europeus fecharam a semana com pouca actividade, estando ainda a digerir o relatório do USDA (Departamento Agrícola dos Estados Unidos).
Depois de quinta-feira ter sido um dia relativamente activo no trigo, sexta regressou à calma habitual, com apenas 54 lotes negociados para os meses de Maio e Setembro de 2017.
Internacionalmente registamos o interesse por parte do Egipto em trigo, que realizou um concurso este sábado para a compra de 235.000 toneladas, das quais 175.000 são de origem russa e 60.000 toneladas de origem romena.
No mercado americano também não se esperam grandes movimentações, devido ao feriado de Martin Luther King e também devido aos elementos diferenciadores do relatório do USDA.
Os preços da colza encontraram alguma firmeza no bom desempenho da soja
Na soja, a colheita no Brasil começou e já alcançou 5,3% em Mato Grosso, contra 2% no mesmo período do ano passado. O USDA mostra a estimativa de produção de soja para o Brasil em 104 milhões de toneladas, contra 102 milhões estimados no mês passado.
Os fundos estiveram compradores de 9.000 lotes de soja e neutros para o trigo e milho.
No mercado do Mar Negro registamos os valores relativamente baixos das exportações nos portos ucranianos, onde foram carregadas, nos últimos sete dias, 150.000 toneladas de trigo, 300.000 toneladas de milho e 60.000 toneladas de cevada. Os principais destinos foram a Itália e a Espanha.
A actividade de exportação também desacelerou na Rússia, com apenas 215.000 toneladas de trigo, 33.000 toneladas de milho e 25.000 toneladas de cevada. Os operadores locais esperam uma recuperação da actividade no início desta semana.
17 janeiro
Tudo muito tranquilo nos mercados europeus, na ausência de informações do mercado americano, devido ao feriado de ontem.
Os operadores europeus estão também numa grande incerteza sobre a futura política do novo Presidente dos Estados Unidos, cuja tomada de posse será esta sexta-feira, dia 20. As palavras de Donald Trump incitam a Inglaterra a continuar o seu caminho para o Brexit. Neste contexto, a libra está em queda, permitindo assim aumentar as suas exportações, sobretudo de cereais.
A frente fria que se está a fazer sentir na Europa desperta algumas preocupações específicas sobre possíveis danos causados pela geada.
No mercado americano nada a registar, devido ao feriado de ontem.
No mercado do Mar Negro temos a registar novos dados publicados pelas autoridades ucranianas, relativamente à colheita de 2016, que revela algumas inconsistências com os números publicados anteriormente. Em particular, a cultura do milho é revista por cima para 28 milhões de toneladas, contra 26,1 milhões de toneladas anteriormente publicados. A actividade de exportação nos próximos meses vai ajudar a confirmar esta posição demasiado optimista da parte das autoridades.
18 janeiro
Os mercados europeus mostraram alguma firmeza ontem, sobretudo no milho e nas oleaginosas. Quanto a este último, é o clima na Argentina que levanta preocupações na produção de soja.
Ontem registamos volumes muito elevados de transacção nos mercados de futuros, com mais de 43.000 lotes de trigo processados na Euronext.
No mercado americano é também o risco negativo para a produção de soja na Argentina, devido ao excesso de chuvas, que traz alguma firmeza aos mercados
As exportações de trigo e milho estiveram em linha com as expectativas dos operadores, enquanto a soja foi muito acima do que se esperava.
A actividade dos fundos foi apoiada nas estimativas de compras líquidas de 19.000 lotes de milho, 17.000 lotes de soja e 5.000 lotes de trigo.
No mercado do Mar Negro as agências agro-meteorológicas russas informaram que a onda de frio observada há dez dias não levou a consequências graves, em termos de condições de colheita. Na verdade, apenas 3% das parcelas foram consideradas em condições desfavoráveis, contra 9% registadas no ano passado.
Embora o mercúrio deva continuar nos – 15C naquela zona, as culturas têm protecção de neve amplamente suficientes para lidar com esta situação.
19 janeiro
Os mercados na Europa foram evoluindo ontem num contexto de falta de novos elementos e incerteza nos mercados financeiros, na véspera da posse do novo Presidente dos Estados Unidos.
O dólar tomou o caminho da ascensão ontem.
O tempo na Europa permanece com baixas temperaturas. Nesta fase, apenas a Polónia parece em perigo, devido à baixa cobertura de neve.
No mercado americano poucas mudanças se registaram, apenas a soja continua a mostrar firmeza nos preços, devido ao ambiente de risco sobre a produção na Argentina. Este último é o maior exportador de farelo de soja no mundo.
O milho teve um pouco de apoio, num momento em que o futuro governo norte-americano deve manter uma atitude benevolente sobre o sector dos biocombustíveis.
Os fundos estiveram vendedores de 2.000 lotes de trigo e compradores de 2.000 lotes de milho e 8.000 lotes de soja.
No mercado do Mar Negro nada de relevante a registar.
20 janeiro
Na Europa os mercados registam, de uma forma geral, muitos receios por parte dos operadores, relativamente ao frio que se faz sentir.
As exportações de trigo registaram valores de 13,6 milhões de toneladas, uma queda de 3%, comparativamente ao ano passado.
O Conselho Internacional de Grãos (IGC) revê em alta a sua estimativa da produção mundial de trigo para 752 milhões de toneladas, contra 749 estimado no mês passado, levando em conta a revisão em alta da produção australiana, que registou 33,5 milhões de toneladas. No milho, a produção global é exibida num registo de 1,045 bilhões de toneladas, levando a umstock estimado de 507 milhões de toneladas, contra 475 milhões no ano passado.
Mercados norte-americanos estiveram novamente em queda ontem. A poucas horas da tomada de posse de Donald Trump é Sonny Perdue, ex-governador da Geórgia, que deverá ser nomeado novo chefe do USDA (Departamento Agrícola dos Estados Unidos).
As primeiras estimativas sobre as intenções de sementeiras nos Estados Unidos vêm confirmar um aumento na área plantada de soja, estimada em 90,5 milhões de acres, no milho 90,5 milhões de acres, contra 94 milhões no ano passado.
Os fundos estiveram vendedores ontem de 3.000 lotes de trigo e 3.500 lotes de soja e compradores de 7.000 lotes de milho.
No mercado do Mar Negro nada de relevante a registar.
Fonte: Agroinfo