Análise semanal dos mercados - 16 a 20 novembro
16 novembro
A semana terminou com baixas significativas depois da publicação do relatório USDA de terça-feira. O anúncio de boas produtividades e de stocks elevados tem condicionado muito o mercado.
Nos mercados europeus a descida não foi maior, uma vez que o euro continua muito desvalorizado e a Argélia está no mercado para comprar 550.000 toneladas de trigo e seguramente será a França a vender.
No mercado americano descida de preços de todos os produtos, devido também ao impacto do relatório USDA.
Os fundos estiveram vendedores de 8.000 lotes de milho, 3.000 lotes de soja e de 2.000 lotes de trigo.
A soja mantem a sua tendência descendente, apesar do bom movimento de exportações. Contribui para esta situação as previsões de colheita excepcional nos Estados Unidos e também o aparecimento de chuvas no Brasil, que apesar de irregulares, estão a fazer andar bem as sementeiras de soja.
No mercado do Mar Negro de registar o aumento das exportações de milho ucraniano, que já ultrapassaram as 4 milhões de toneladas.
17 novembro
Nos mercados europeus a semana começou com nova descida de preços, devido aos elevados stocks europeus e mundiais. Neste momento, em França, os silos portuários estão completamente cheios.
A única notícia positiva para o mercado dos cereais prende-se com a desvalorização do euro, que torna mais competitivos os trigos europeus face aos de origem no Mar Negro.
No mercado americano o preço dos cereais esteve praticamente estável, depois das fortes baixas da passada semana.
A soja, depois de uma semana de perdas, registou uma pequena recuperação devido ao bom movimento de exportações. Foi anunciada a venda de mais 180.000 toneladas para a China, o que fez agitar um pouco os mercados fazendo com que o preço subisse. O volume de esmagamento de grão de soja também subiu consideravelmente na semana passada.
No mercado do Mar Negro de registar o aparecimento de chuvas, que vai permitir que os trigos e cevadas possam desenvolver-se, antes da chegada da neve. A grande dúvida reside no facto de saber se a chuva será suficiente para que toda a área cultivada fique com as plantas em condições para suportarem a hibernação.
19 novembro
Nos mercados europeus o dia foi de grande calma, com poucas transacções e uma grande estabilidade de preços.
No mercado americano também se registou uma grande estabilização de preços, com o milho a manter a cotação e o trigo e a soja a terem uma ligeira descida, condicionada pela posição dos fundos, que estiveram vendedores de 5.000 lotes de soja e 3.000 lotes de trigo.
A soja registou uma descida de preço devido, sobretudo, à colheita recorde nos Estados Unidos e o aumento de stocks a nível mundial. Apesar desta situação os operadores estão de olhos postos no Brasil, onde a falta de chuvas já levou à replantação de alguns campos.
No mercado do Mar Negro de referir que a falta de chuvas deste Outono não permitiu a área de sementeira que estava inicialmente prevista.
20 novembro
Estabilidade de preços nos mercados europeus. Os preços encontraram sustentação no volume elevado de exportações.
Bruxelas emitiu esta semana certificados à exportação de 635.725 toneladas de trigo e de 125.783 toneladas de cevada, o que são valores bem superiores aos registados nas últimas semanas. Em sentido contrário foram emitidos certificados de importação para 314.398 toneladas.
No mercado americano estabilidade no preço do milho e subida do preço do trigo, depois do anúncio da quantidade exportada na última semana, que esteve muito acima do que era esperado pelos operadores.
A soja também registou uma estabilidade de preços, com a ausência de notícias que pudessem influenciar o mercado.
No mercado do Mar Negro de registar que a colheita do milho na Ucrânia está praticamente terminada e apesar da produção ser inferior à de 2014 é, contudo, superior às últimas previsões.
Fonte: Agroinfo