Análise semanal dos mercados - 2 a 6 novembro
2 novembro
Fim-de-semana muito calmo nos mercados europeus, com uma estabilização do preço dos cereais.
As boas condições atmosféricas estão a proporcionar um bom desenvolvimento das sementeiras no norte da Europa.
No mercado americano subida de preços, devido à intervenção dos fundos de investimento que estiveram compradores de 7.000 lotes de milho, 4.000 lotes de soja e 6.000 lotes de trigo.
No mercado do Mar Negro nada de relevante a assinalar.
3 novembro
Ligeira descida do preço do trigo nos mercados europeus, devido à baixa registada, tanto no mercado americano, como no mercado do Mar Negro. O mercado esteve muito calmo, com poucas operações realizadas.
No mercado americano baixa generalizada do preço de todos os produtos.
Para o trigo a boa situação cultural com um aumento da área em boas ou muito boas condições nos Estados Unidos é um factor importante na descida de preços. O milho, por sua vez, sofre a pressão da colheita que está quase terminada nos Estados Unidos.
A soja desceu de preço, apesar de ter começado a sessão a subir em Chicago, uma vez que existe a expectativa que o próximo relatório mensal do Departamento Agrícola dos Estados Unidos venha trazer uma previsão de diminuição das exportações.
No mercado do Mar Negro de referir a descida de preço do trigo russo, uma vez que o nível de exportações desceu muito, tendo a Rússia inclusive perdido o último negócio com o Egipto. Assim, está a ser necessária uma correcção para a baixa de preços, para poder alinhar com o mercado mundial.
4 novembro
Pouca movimentação nos mercados europeus, com estabilização do preço dos cereais. Apesar da produção europeia ser inferior à do ano passado, ainda assim tem um valor muito elevado para o trigo e cevada, o que provoca uma subida dos stocks destes cereais.
O preço tem, contudo, estado estável, devido à desvalorização do euro face ao dólar, que dá competitividade aos trigos e cevadas europeus no mercado mundial. Por outro lado, a Etiópia está compradora de 800.000 toneladas de trigo, o que está a animar um pouco os mercados.
O milho e apesar de uma forte baixa europeia de produção, também mantém o seu preço devido à pressão mundial.
No mercado americano ligeira subida do preço dos cereais, motivado pelo movimento especulativo dos fundos de investimento que ontem estiveram compradores de 12.000 lotes de milho e 5.000 lotes de trigo.
A soja teve uma sessão muito volátil, com subidas e descidas, tendo terminado com o mesmo preço da véspera. Neste momento praticamente toda a soja está colhida nos Estados Unidos, o que traz uma calmaria ao mercado. Espera-se, no entanto, alguma retenção do grão de soja por parte dos produtores, para tentarem conseguir um melhor preço no futuro.
Neste momento os operadores estão mais focados no andamento das sementeiras no Brasil, cuja área semeada neste momento é inferior a igual período dos últimos anos, devido às chuvas irregulares que têm caído.
No mercado do Mar Negro de registar a redução do trabalho de sementeira devido à falta de chuvas na região. Como já estamos em Novembro é de esperar uma diminuição da área cultivada em relação ao ano passado.
5 novembro
Subida do preço do trigo nos mercados europeus devido, sobretudo, à contínua desvalorização do euro, que torna o trigo europeu mais competitivo no mercado mundial. A cevada e o milho também seguram o trigo, apesar da subida ter sido muito menor.
No mercado americano estabilidade de preço do milho e subida do trigo, apesar das chuvas benéficas que têm caído nos últimos dias.
Os fundos estiveram compradores de 3.000 lotes de soja e 8.000 lotes de trigo e não se movimentaram em relação ao milho.
A soja em Chicago teve um dia volátil com subidas e descidas, mas acabou por terminar com uma subida de pereço, ao contrário da véspera, onde terminou estável. Esta subida foi explicada pelos analistas como uma correcção técnica.
No mercado do Mar Negro de referir o anúncio das autoridades russas do lançamento de um programa de intervenção pública para 2 milhões de toneladas de trigo, a um preço aproximado de 170 dólares por tonelada, o que é comparável ao valor actual de mercado.
6 novembro
Estabilidade de preços dos cereais nos mercados europeus. Os operadores estão já na expectativa do resultado do relatório mensal do Departamento Agrícola dos Estados Unidos, que sairá na próxima terça-feira, portanto, até lá, poucos negócios se devem fazer.
Mesmo com um euro muito desvalorizado face ao dólar a actividade de exportação da Europa continua muito reduzida e prova disso é que só foram passados certificados à exportação por Bruxelas esta semana de 293.000 toneladas de trigo e 100.000 toneladas de cevada. Em contrapartida, foram passados certificados à importação de 442.000 toneladas de milho.
No mercado americano a publicação dos valores exportados na última semana foram decepcionantes, o que arrastou o milho para baixo, bem como a soja.
Os fundos reagiram a estes dados e estiveram vendedores de 10.000 lotes de milho e 11.000 lotes de soja. Só se salvou o trigo, que se manteve estável e não teve qualquer intervenção por parte dos fundos.
Na soja o volume exportado pelos Estados Unidos ficou 61% abaixo da média das últimas semanas, o que levou o mercado a reagir muito desfavoravelmente. Entretanto, devido à irregularidade das chuvas, regista-se um certo atraso na sementeira de soja no Brasil.
Nada de relevante a registar no mercado do Mar Negro.
Fonte: Agroinfo