Análise semanal dos mercados - 23 a 27 novembro
23 novembro
Pouca evolução dos preços nos mercados europeus, com poucas operações registadas. Os operadores estão expectantes com a evolução da situação de mercado, devido aos altos stocks mundiais.
As condições climatéricas na Europa são favoráveis ao desenvolvimento das culturas de Inverno. O euro continua muito desvalorizado face ao dólar, o que pode potenciar as exportações europeias.
Estabilidade também de preços no mercado americano, sendo que os fundos estiveram vendedores de 1.000 lotes de milho, 2.500 lotes de soja e 3.500 lotes de trigo.
A soja registou uma ligeira descida de preço. Os investidores estiveram muito atentos às eleições na Argentina, pois o candidato da oposição Mauricio Macri promete levantar as taxas à exportação.
Com a vitória de Macri espera-se para esta semana uma quebra nos preços da soja, devido às grandes quantidades que estão detidas pelos agricultores argentinos.
No mercado do Mar Negro nada de relevante a assinalar.
24 novembro
Situação estável de preços dos cereais nos mercados europeus, aproveitando um euro muito fraco, o que potencia as exportações europeias.
A cevada tem beneficiado das exportações para a China e agora existe no mercado mundial um pedido de 75.000 toneladas para a Argélia e 100.000 toneladas para a Jordânia.
Os stocks de cereais europeus continuam muito elevados.
No mercado americano ligeira subida do preço dos cereais, que segundo os analistas se devem a correcções técnicas, uma vez que os fundos estiveram compradores de 8.000 lotes de milho e 7.000 lotes de trigo.
A cotação da soja desceu ontem em Chicago até atingir o valor mais baixo dos últimos seis anos, tendo de seguida começado a subir e acabou em terreno positivo.
A descida inicial teve a ver com o impacto da eleição do candidato Mauricio Macri na Argentina, que durante a campanha eleitoral prometeu levantar as taxas à exportação. A subida deveu-se à intervenção dos fundos, motivados pelas boas performances à exportação.
No mercado do Mar Negro de registar o acordo assinado entre as autoridades ucranianas e os traders, que limita a 36 milhões de toneladas o valor máximo de exportação de cereais daquele país.
Neste momento a Ucrânia já exportou cerca de 16 milhões de toneladas, sendo que a maior quantidade é de trigo panificável, seguido da cevada e do milho com 5 milhões de toneladas e de 3,5 milhões de toneladas respectivamente.
25 novembro
Pouca evolução nos mercados europeus, com ligeira descida do preço do trigo. Esta descida deveu-se, sobretudo, à evolução das cotações no mercado americano.
Aproveitando a situação de preços baixos, o Egipto está no mercado para comprar trigo.
No mercado americano estabilidade para o milho e descida do trigo, devido ao anúncio do bom estado cultural dos trigos norte-americanos.
A soja está estável, no entanto, existe uma grande expectativa no que o novo Presidente Argentino vai fazer, pois, se como prometido for reduzir muito as taxas à exportação, o mercado pode vir a ser invadido por grãos de soja que estão nas mãos dos produtores daquele país.
No mercado do Mar Negro de registar a chegada dos frios de Inverno, que este ano vieram um pouco mais tarde, o que permitiu às sementeiras tardias ganharem resistências para passar o Inverno.
26 novembro
Nos mercados europeus registou-se uma ligeira subida no preço do trigo, uma vez que a França ganhou o concurso para fornecimento de 120.000 toneladas de trigo ao Egipto.
Neste final de semana os mercados devem ter muito pouco movimento, pois hoje o mercado americano está fechado, devido ao feriado do Dia de Acção de Graças.
No mercado americano estabilidade no preço do milho e descida do preço do trigo que, devido à alta cotação do dólar é muito pouco competitivo no mercado mundial.
A soja teve uma boa recuperação, apresentando uma subida de mais de dez pontos na bolsa de Chicago. Esta subida tem a ver, por um lado com o excesso de chuvas no sul do Brasil, que pode levar ao apodrecimento de algumas sementes e assim comprometer a produtividade dos campos, por outro lado com o bom movimento à exportação.
A atenção dos operadores continua centrada, no entanto, na Argentina, para ver o que vai fazer o novo Presidente, uma vez que se estima que os produtores possam ter 11 milhões de toneladas de grãos de soja nas suas explorações.
No mercado do Mar Negro de referir que terminaram as colheitas na Rússia e que a produção total de cereais deve ficar num valor de 108 milhões de toneladas, ou seja, muito perto do valor de 2014, que foi de 110 milhões de toneladas.
27 novembro
Pouca evolução dos mercados europeus, devido ao encerramento do mercado americano.
Devido à baixa cotação do euro registou-se um bom movimento à exportação, com Bruxelas a emitir certificados à exportação esta semana para 552.876 toneladas de trigo e de 97.000 toneladas para a cevada enquanto que, foram passados certificados à importação de 526.697 toneladas de milho.
O mercado americano teve feriado ontem, devido ao dia de Acção de Graças.
No mercado do Mar Negro o factor mais relevante é a tensão política entre a Rússia e a Turquia. Esta situação pode vir a ter relevância no mercado, uma vez que a Turquia é o maior cliente dos cereais russos.
Fonte: Agroinfo