Análise semanal dos mercados - 29 fevereiro a 4 março

29 fevereiro

Pouco movimento nos mercados europeus, com o trigo e o milho a subir ligeiramente de preço. As condições meteorológicas no hemisfério norte permanecem, de uma maneira geral, bastante satisfatórias.

No mercado americano a semana fechou em baixa nos Estados Unidos.

Os agricultores norte-americanos, apesar dos preços abaixo do custo de produção, têm intenção de cultivar 90 milhões de acres de milho, 2 milhões a mais que no ano passado. Na soja, as superfícies plantadas serão aproximadamente o equivalente ao ano passado, 82,5 milhões de acres.

O trigo dos Estados Unidos ainda não é competitivo no cenário internacional, o que levará a um declínio acentuado de cerca de -7% da área cultivada para o próximo ano.

Os fundos estiveram, sexta-feira, vendedores de 5.000 lotes de milho, 4.000 lotes de soja e 4.000 lotes de trigo.

No mercado do Mar Negro de registar a diminuição das exportações de trigo por parte da Ucrânia, exportando apenas durante a semana passada 10.000 toneladas. Por outro lado, na vizinha Rússia, foram exportadas na última semana cerca de 423.000 toneladas de trigo.

No milho a situação é oposta, tendo a Ucrânia exportado 427.000 toneladas de milho, em especial para a China, mas também para Singapura.

1 março

Estabilidade de preços dos cereais nos mercados europeus, com a desvalorização do euro a pesar positivamente na competitividade à exportação.

O mercado continua muito tenso, devido às elevadas quantidades que existem em stock e sem novos elementos que possam vir a influenciar o nível de produções no hemisfério sul.

No mercado americano também se registou uma estabilidade nos cereais, com os fundos a intervirem pouco no mercado. Está a assistir-se a uma retenção de produtos por parte dos produtores, uma vez que consideram os actuais preços demasiadamente baixos.

O mercado da soja continua directamente ligado à evolução dos mercados financeiros, pelo que não consegue sair dos preços baixos dos últimos meses.

No mercado do Mar Negro de registar a política russa de manter o mesmo sistema de exportação para o trigo, o que vai levar certamente a um grande volume de exportações este ano.

2 março

Nova descida de preços dos cereais nos mercados europeus, devido à forte influência dos elevados stocks e também das boas perspectivas de colheita este ano.

A desvalorização do euro face ao dólar trouxe alguma competitividade aos cereais europeus no mercado internacional, com os grandes compradores, como a Arábia Saudita e o Egipto a aproveitarem a situação.

Baixa também de preços no mercado americano, com os fundos a terem uma posição vendedora de 4.000 lotes de milho, 5.000 lotes de soja e de 5.000 lotes de trigo.

A soja teve um dia de alguma estabilidade, sobretudo, devido aos rumores que a China iria avançar com mais compras. A produção no Brasil também está sob forte pressão, pois em algumas zonas as condições meteorológicas adversas podem pôr em causa a produtividade.

No mercado do Mar Negro de registar o aumento das áreas semeadas e a semear para a campanha de Primavera, que vem largamente compensar a redução das áreas semeadas no Inverno, devido às condições atmosféricas.

3 março

Nova descida dos preços dos cereais nos mercados europeus, com a França a não concorrer à venda para o Egipto, uma vez que os operadores têm receio dos controlos de qualidade.

Assim, os países que ganharam este concurso foram a Roménia e a Ucrânia.

No mercado americano ligeira subida do preço de todos os produtos, devido a correcções técnicas. Os Fundos estiveram compradores de 1.000 lotes de milho, 5.000 lotes de soja e 4.000 lotes de trigo.

A soja também registou uma tendência de subida, uma vez que existe uma postura mais positiva nos mercados financeiros e continuam os rumores de alguma perda de produtividade em certas regiões do Brasil.

No mercado do Mar Negro de registar o programa russo do aumento da produção de cereais, ocupando melhor as áreas semeadas e adaptando os cereais mais produtivos a cada zona.

4 março

Ligeira subida no preço do trigo nos mercados europeus, acompanhando a evolução positiva da bolsa de Chicago. Entretanto, esta semana, Bruxelas emitiu certificados à exportação para 690.000 toneladas de trigo e de 340.000 toneladas de cevada e à importação de 236.000 toneladas de milho.

No mercado americano o trigo ganhou algum terreno, devido à posição dos fundos de investimento que estiveram compradores de 6.000 lotes.

A soja registou uma ligeira subida, pois os números referentes às exportações estiveram dentro das expectativas dos operadores, mas longe de atingirem valores que levem a uma subida significativa de preço.

No mercado do Mar Negro de registar uma baixa significativa nas previsões de produção de trigo na Ucrânia.

Com temperaturas muito amenas as culturas de Inverno mantêm um bom desenvolvimento e estão em bom ritmo a preparação das sementeiras de primavera.

Fonte: Agroinfo