Análise semanal dos mercados - 30 maio a 3 junho
30 maio
Fim de semana tranquilo nos mercado europeus, com os operadores relutantes em tomar posições antes do fecho dos mercados dos Estados Unidos, pois estão fechados hoje, devido ao feriado do Memorial Day.
As condições meteorológicas muito húmidas prevalecentes sobre a Europa ocidental, particularmente em França, estão a preocupar, pois se estas condições persistirem poderá ser bastante prejudicial para as culturas de trigo.
No mercado americano de registar o interesse dos fundos em soja e milho, apesar do encerramento dos mercados na segunda-feira. Assim, estiveram compradores de 6.000 lotes de soja e 10.000 lotes de milho e vendedores de 1000 lotes de trigo.
A soja continua em alta, suportada na situação da Argentina, enquanto o milho tem uma actividade sustentada, com disponibilidade reduzida de origem brasileira, devido à seca.
No mercado do Mar Negro nada de relevante a registar.
31 maio
Os mercados europeus estiveram bastante tranquilos ontem, com ausência de transacções nos mercados dos Estados Unidos, devido ao feriado do Memorial Day. Também no Reino Unido os mercados estiveram fechados ontem, devido ao feriado do Spring Bank Holiday.
As chuvas incessantes sobre grande parte da França estão a provocar a degradação qualitativa das culturas, especialmente com muitos lotes de cevada de Inverno a sofrerem com o resultado da combinação de vento e chuva.
Nos mercados americanos pouco há a registar, pois, como já foi referido, ontem foi feriado nos Estados Unidos. Contudo, na pré-abertura continua o bom desempenho da soja, com valores semeados nos Estados Unidos de 56%, contra 43,8% em média dos últimos cinco anos.
No mercado do Mar Negro nada de relevante a registar.
1 junho
Nos mercados europeus as chuvas continuam a preocupar. Contudo, é muito cedo para falar de degradação quantitativa, não havendo, para já, necessidade de superestimar esse risco.
Declínio nos mercados americanos, com todos os produtos num contexto favorável às condições climatéricas.
No milho, 94% foi plantado até domingo passado, contra 86% na semana passada e 92% sobre a média dos últimos 5 anos. As plantações de soja estão nos 73% contra 56% da semana anterior e 66% sobre a média dos últimos 5 anos. Em conclusão, o estado das sementeiras é considerado muito bom.
Neste contexto, os fundos estiveram vendedores ontem de 11.000 lotes de milho, 8.000 lotes de soja e 10.000 lotes de trigo.
Os produtores americanos estão a aproveitar os bons níveis de preços actuais de soja para garantir as vendas 2016, enquanto em relação ao milho estão bastante mais cautelosos, pois os preços são muito menos atraentes e altamente sensíveis às condições climáticas.
No mercado do Mar Negro nada de relevante a registar.
2 junho
Os mercados europeus têm evoluído pouco ultimamente, com os operadores na expectativa da nova campanha.
As fortes chuvas que têm atingido o norte da Europa podem vir a trazer problemas de qualidade para o trigo panificável, aumentando assim a quantidade de cereais forrageiros.
O milho tem subido de preço, sobretudo, devido à menor pressão das exportações do Mar Negro.
No mercado americano registou-se também uma subida do preço do milho, influenciado pela baixa produção no Brasil. A soja continua a sua tendência altista, sobretudo, devido ao grande movimento no mercado internacional, com a China a aumentar o seu volume de importações.
Os fundos estiveram compradores de 14.000 lotes de milho, 12.000 lotes de soja e 3.750 lotes de trigo.
No mercado do Mar Negro o factor mais relevante prende-se com uma informação do representante local do USDA (Departamento Agrícola dos Estados Unidos), que afirma que apesar de ser ilegal, cerca de 10% do milho semeado é OGM e que sem um sistema de traçabilidade vai ser altamente provável ter milho OGM misturado com o tradicional para a próxima campanha, com consequências imprevisíveis para o movimento de exportação.
3 junho
Subida de preços do trigo nos mercados europeus, devido às preocupações dos operadores pelas consequências que as recentes chuvas dos últimos dias podem vir a ter na qualidade dos cereais.
Também o milho está a beneficiar dos preços seguros do mercado americano, sustentados por uma má colheita no Brasil.
Bruxelas emitiu esta semana certificados à exportação de 633.007 toneladas de trigo, o que já eleva o total desta campanha a 28,8 milhões de toneladas.
No mercado americano subida de preço de todos os produtos, com os fundos de investimento a tomarem posições, no momento em que as condições meteorológicas adversas no Brasil podem vir a prejudicar as colheitas.
A soja também teve uma subida, sobretudo, devido à divulgação dos últimos dados do USDA (Departamento Agrícola dos Estados Unidos), que prevêem uma produção e um consumo recorde para este ano. O preço das farinhas de soja foi o que registou maior subida de preços.
No mercado do Mar Negro de registar o valor recorde de exportações da Ucrânia, este ano com 36,5 milhões de toneladas de cereal exportado. A Rússia também deve atingir um recorde de exportações, pois as primeiras estimativas apontam para 32,5 milhões de toneladas exportadas.
Fonte: Agroinfo