Análise semanal dos mercados - 30 janeiro a 3 fevereiro
30 janeiro
Nos mercados europeus, na ausência de risco climático real no momento, os preços dos cereais continuam em declínio.
No mercado americano os preços dos cereais estiveram em território negativo, principalmente o trigo, apesar da queda na área plantada nos Estados Unidos. Algum receio também devido à actual política americana em relação ao México, visto que este país é um dos maiores importadores de trigo e milho norte-americano.
Os fundos estiveram vendedores de 5.000 lotes de milho, 1.500 lotes de soja e 4.500 lotes de trigo.
No mercado do Mar Negro de registar os elevados números de exportação por parte da Rússia e da Ucrânia. Estes dois países juntos exportaram mais de 800.000 toneladas de trigo desde o início desde ano, sendo 535.000 toneladas provenientes da Rússia e 285.000 toneladas da Ucrânia.
31 janeiro
Os receios das novas políticas norte-americanas continuam a contaminar os mercados europeus. Do ponto de vista do clima existe uma ligeira melhoria. Contudo, o défice hídrico em França terá consequências, se se confirmar esta falta de chuvas.
De registar também o bom desempenho das exportações de cevada nos portos franceses.
No mercado americano os mercados começaram a semana no vermelho, principalmente a soja. As condições meteorológicas melhoraram na América do sul, juntamente com os receios da política do Sr. Trump pesaram sobre os preços.
Relativamente às exportações foram melhores que o esperado, com o milho a apresentar valores de 1.061.865 toneladas, contra 750.000 a 950.000 toneladas estimadas. Na soja estes valores foram de 1.630.581 toneladas, contra as expectativas que se situavam entre as 900.000 a 1.200.000 toneladas. No trigo os números ficaram dentro das expectativas dos operadores de 321.479 toneladas.
Os fundos estiveram vendedores de 10.000 lotes de soja, 9.000 lotes de milho e 4.000 lotes de trigo.
No mercado do Mar Negro nada de relevante a registar.
1 fevereiro
A situação política no outro lado do Atlântico continua a influenciar os mercados, levando à queda do dólar face ao euro, prejudicial para o mercado europeu. A ausência de receios climatéricos também pesou nos preços dos cereais.
Regista-se portanto uma falta de confiança económica e política na Europa.
No mercado americano de registar uma ligeira recuperação no trigo, sobretudo, devido ao enfraquecimento do dólar. No milho a situação está um pouco confusa, devido à tensas relações entre os Estados Unidos e o México, sendo este país o maior cliente deste produto.
No continente sul-americano a cultura da soja continua, principalmente no Brasil, com os primeiros ecos de rendimentos promissores. Na Argentina a situação meteorológica melhorou, o que levou os comerciantes a mostrar um pouco menos pessimismo sobre a produção de soja.
Os fundos estiveram vendedores de 500 lotes de soja e compradores de 3.000 lotes de milho e 3.000 lotes de trigo.
No mercado do Mar Negro nada de relevante a registar.
2 fevereiro
Os mercados europeus tiveram uma forte recuperação ontem, sobretudo no trigo. A tendência favorável observada ontem nos Estados Unidos contribuiu para este ajuste de preços na Euronext.
Em termos de disponibilidade, a Comissão Europeia conta com um stock de trigo mole de 10,2 milhões de toneladas, ligeiramente acima das expectativas, sabendo que o potencial de exportação permanece inalterado em 24 milhões de toneladas. No entanto, a situação no milho marca uma clara evolução na campanha 2016/2017, com stocks revistos em baixa para 9,95 milhões de toneladas.
No mercado americano de registar o aumento líquido nos preços em Chicago. Sobretudo na soja, impulsionado pelas novas ofertas de vendas para exportação de 236.700 toneladas, para destino desconhecido.
Os preços do trigo e milho também estiveram a subir ontem, devido a uma nova desvalorização do dólar face ao euro. No caso do milho a confirmação do aumento de produção de etanol nos Estados Unidos também contou para este aumento de preços.
No mercado do Mar Negro nada de relevante a registar.
3 fevereiro
No mercado europeu o enfraquecimento do dólar face ao euro continua a limitar o potencial de crescimento das exportações europeias. Contudo, as exportações de trigo esta semana foram de 515.000 toneladas, um nível relativamente elevado, elevando o total exportado pela UE desde o início da campanha para 14.668 milhões de toneladas, dos quais 2,793,000 de origem francesa.
Mercado muito tranquilo em Chicago ontem. Os números semanais de exportação foram exibidos para 451.200 toneladas de trigo, 1.143.600 toneladas de milho e 623.900 toneladas de soja. Estes números foram além das expectativas para o trigo e milho e neutros em soja.
As culturas da América do Sul continuam em boas condições no Brasil e os receios relacionados as culturas na Argentina desapareceram, pesando sobre os preços das oleaginosas.
Os fundos estiveram compradores de 2.500 lotes de trigo e neutros para o milho e soja.
No mercado do Mar Negro nada de relevante a registar.
Fonte: Agroinfo