Análise semanal dos mercados - 31 agosto a 4 setembro
31 agosto
A semana terminou com uma estabilidade de preços nos mercados europeus. A desvalorização do euro também veio dar um pouco de sustentação ao mercado.
A Comissão Europeia reviu em alta a produção de trigo de 139,4 milhões de toneladas, para 140,7 milhões de toneladas.
Sessão também de estabilidade em Chicago, com a manutenção do preço do milho e ligeira descida do trigo. Os fundos estiveram vendedores de 5.000 lotes de trigo e compradores de 5.000 lotes de soja.
A soja teve um início de sessão a perder preço, mas depois evoluiu e acabou com ganhos. Não existiram quaisquer dados novos que tivessem influenciado o mercado.
No mercado do Mar Negro tudo normal, o único facto relevante foi o aumento de produção de cevada na Ucrânia, o que está a permitir a exportação deste cereal.
2 setembro
Os preços nos mercados europeus voltaram a descer, devido, sobretudo à crise nos mercados financeiros que continua. A grande convulsão económica mundial levou à baixa do preço do petróleo, que arrastou as outras commodities.
A colza também desceu de preço, directamente influenciada pelo petróleo.
No mercado americano o preço do trigo esteve estável, registando-se uma descida no preço do milho, isto mesmo depois de ter sido anunciada uma subida na procura deste cereal para a produção de etanol.
A soja terminou a sessão em Chicago com perdas importantes, uma vez que os indicadores económicos vindos da China continuam a ser negativos, o que leva os operadores a esperarem uma diminuição das importações por parte daquele país. O Brasil beneficiou da alta do dólar para manter o preço da soja estável em reais.
No mercado do Mar Negro de referir que a colheita dos cereais de Inverno continua em bom ritmo e os dados até agora recolhidos indicam que na Rússia a produtividade do trigo é superior à do ano passado.
Entretanto, na Ucrânia, já começou a colheita dos milhos mais precoces e a produtividade é ligeiramente inferior à do ano passado.
3 setembro
Nova descida de preços dos cereais no mercado europeu, uma vez que a Argélia anunciou ter comprado 400.000 toneladas de trigo a um preço de menos 28 dólares por tonelada do que existia em Julho.
O mercado está muito confuso, com os tradicionais importadores a posicionarem-se, de modo a poderem beneficiar dos melhores preços.
No mercado americano nova baixa de preço de todos os produtos. O milho está a sofrer a pressão do aproximar da colheita e o trigo face à cotação do dólar não é competitivo no mercado mundial.
A soja manteve-se estável, apesar de ter tido uma sessão muito volátil.
Não chegaram grandes novidades ao mercado e os operadores já não sabem o que esperar do relatório mensal do Departamento Agrícola dos Estados Unidos, que vai sair a 11 de Setembro. O último relatório de Agosto contrariou todas as expectativas.
No mercado do Mar Negro continuam as exportações a um nível normal, apesar da imposição da taxa à exportação. Os operadores estão na expectativa de qual o preço de venda face a esta taxa.
4 setembro
Continua a descida de preços na Europa, mesmo assim os preços do trigo no mercado do Mar Negro continuam a ser mais competitivos e prova disso é que o Egipto comprou 170.000 toneladas de trigo na Rússia.
Neste momento todos os países importadores estão no mercado a tentar aproveitar a melhor oportunidade.
Apesar da colheita abundante de trigo na Europa, Bruxelas esta semana só passou certificados para a exportação de trigo de 190.000 toneladas. Por outro lado, para a cevada foram passados certificados de exportação de 227.000 toneladas, enquanto que para a importação de milho o valor é de 108.000 toneladas.
No mercado americano é cada vez mais real a possibilidade de uma grande colheita de milho e soja. Assim, os preços estão sobre forte pressão, mesmo antes do relatório do Departamento Agrícola dos Estados Unidos do próximo dia 11. O trigo teve a maior descida, penalizado pela subida da cotação do dólar e pela descida de preços no mercado do Mar Negro.
A soja teve uma sessão muito volátil, chegando a registar algumas subidas de preço, mas terminou o dia no vermelho. Neste momento todos os factores são negativos para os preços da soja, uma vez que o dólar continua a valorizar-se, por outro lado aproxima-se rapidamente a colheita americana e ainda existe alguma instabilidade nos mercados financeiros.
No mercado do Mar Negro de registar a descida do preço dos cereais, o que torna a zona muito competitiva no mercado mundial.
Os fortes calores que assolaram a Ucrânia deixaram os operadores preocupados com a futura produtividade do milho.
Fonte: Agroinfo