Análise semanal dos mercados - 8 a 12 fevereiro
8 fevereiro
Nos mercados europeus a última semana foi marcada pelos anúncios de compra de trigo por parte do Egipto e pela valorização do euro face ao dólar.
No mercado internacional a África Austral depara-se com uma forte seca, o que irá levar estes países a importar milho durante esta campanha. A situação é semelhante na Índia, que está já a posicionar-se para importação de uma boa quantidade de milho.
No mercado americano os operadores aguardam o relatório da USDA, que sairá amanhã, para ajustar as suas posições, tendo em conta também o anúncio de chuvas na Argentina, depois de período de seca.
O óleo de palma registou um forte aumento de preços, enquanto que as oleaginosas tiveram em queda.
Os Estados Unidos continuam a aumentar gradualmente os seus stocks de etanol, aproximando-se do seu recorde de 2012 e assim colocam alguma pressão sobre o mercado do milho.
No mercado do Mar Negro de registar os investimentos nos portos, que continuam a um ritmo muito acelerado, como evidenciado pelas ambições ucranianas e russas ao acesso privilegiado ao Mar Negro.
10 fevereiro
No mercado europeu os cereais continuam em declínio, mesmo depois da saída de ontem do relatório da USDA, com especial destaque para o trigo. Os preços do petróleo continuam a afectar muito a economia global.
Segundo o relatório do USDA, notamos um aumento no stock mundial de trigo, estimado em 238,9 milhões de toneladas, contra 232 publicado no mês passado, principalmente devido a uma diminuição do consumo na China de cerca de 4 milhões de toneladas.
As condições meteorológicas no hemisfério norte permanecem geralmente satisfatórias.
O mercado americano pouco se alterou após o relatório da USDA, apesar dos factores considerados de baixa para todas as commodities.
No geral, podemos considerar que este relatório, em última análise, não trouxe novidades determinantes para os cereais.
Os fundos estiveram vendedores de 1.000 lotes de milho e 2.000 lotes de trigo e compradores de 3.000 lotes de soja.
No mercado do Mar Negro temos a registar a dinâmica muito positiva nos portos ucranianos, que desde o início da campanha, apesar da instabilidade ainda vigente no leste país, as cargas mostraram uma taxa mais elevada do que no ano passado. Em contraste, a vizinha Rússia está numa desaceleração acentuada da actividade portuária no início deste ano, que é caracterizada por um declínio de cerca de 500.000 toneladas carregadas em Janeiro 2016 em relação a Janeiro de 2015.
11 fevereiro
O mercado europeu continua sob pressão, devido ao fortalecimento do euro, que agora gira em torno de 1,13€ em relação ao dólar.
Os preços baixos dos cereais estão a levar os países importadores a reverem as suas aquisições. Assim, a Tunísia, ontem, concluiu a compra de 75.000 toneladas de trigo e 75.000 toneladas de cevada forrageira, origem desconhecida. O preço proposto, no entanto, sugere que a origem dos cereais seja europeia.
No mercado americano a mais recente publicação do relatório da USDA levou à estabilidade dos preços do trigo e da soja. O milho continua sob pressão, devido aos altos stocks de etanol nos Estados Unidos, que no início de Fevereiro atingiram os 22,96 milhões (barril) e já é o valor mais altos dos últimos quatro anos.
No mercado do Mar Negro as condições climáticas permanecem bastante favoráveis na Ucrânia, após o degelo que se seguiu ao clima frio registado, no entanto, as preocupações com as culturas de Inverno ainda são uma realidade.
12 fevereiro
Na Europa os mercados parecem resistir à tempestade provocada pela da queda dos preços do petróleo, combinada com a desaceleração económica na China.
Assim, Bruxelas, emitiu esta semana certificados para exportação de trigo de 589.000 toneladas, elevando o total desde o início do ano para as 16,2 milhões de toneladas. Para a cevada 103.000 toneladas ou 6,4 milhões de toneladas desde o início da campanha. No milho foram passados certificados de importação de 182.000 toneladas, totalizando 8,9 milhões de toneladas desde o início da campanha.
No mercado americano temos a registar o bom desempenho da soja, com bons números de exportação. Assim, foram exportadas esta semana, 601.000 toneladas, contra as expectativas que eram de entre 300 a 600 mil toneladas. O milho as exportações foram decepcionantes, com apenas 346.100 toneladas, quando as expectativas eram de entre 800.000 a 1,1 milhões de toneladas. No trigo, a actividade de exportação continua a ser muito baixa.
Os fundos estiveram vendedores, ontem, de 4.000 lotes de trigo e milho e compradores 9.000 lotes de soja.
No mercado do Mar Negro nada de relevante a registar.
Fonte: Agroinfo