Análise semanal dos mercados - 9 a 13 maio

9 maio

A semana terminou muito calma para os mercados europeus, com muitos operadores ausentes dos mercados, aproveitando a “ponte” , devido ao feriado da quinta-feira da Ascensão

Poucas transacções e pouca variação de preços. A nota mais saliente foi a informação do FranceAgrimer, que aponta para 87% dos trigos em bom ou muito bom estado, enquanto esse valor era de 88% na semana passada e 90% no ano passado.

Poucas mexidas também no mercado americano, uma vez que os operadores aguardam pelo relatório mensal do USDA (Departamento Agrícola dos Estados Unidos), que vai sair amanhã.

A soja terminou a semana com uma forte subida, depois da grande descida de quinta-feira. Apesar da elevada volatilidade de preços esta semana, no contexto geral tivemos uma subida do preço da soja.

Esta movimentação de preços deveu-se, sobretudo, à posição dos fundos de investimentos que estiveram muito activos no mercado especulativo sobre os preços.

No mercado do Mar Negro de referir que a instabilidade política continua, uma vez que o cessar-fogo está longe de ser respeitado. No entanto, nada disto tem impedido a normal produção agrícola da Ucrânia e o movimento de exportação.

10 maio

Ligeira descida dos preços dos cereais nos mercados europeus, o que, aliado a uma desvalorização do euro, está a fazer com que os preços estejam muito atractivos a nível mundial. Assim, vários países importadores, a começar pela Argélia, estão a posicionar-se no mercado.

Confirma-se que a área semeada de trigo, em França, é superior à do ano passado, já o milho espera-se uma sementeira inferior.

Pouco movimento no mercado americano, com os operadores à espera do relatório mensal do USDA (Departamento Agrícola dos Estados Unidos), que será publicado hoje, às 17:00 (hora de Lisboa).

Confirma-se, no entanto, o bom ritmo de sementeiras do milho nos Estados Unidos e o bom estado cultural para o trigo.

A soja registou uma baixa de preços, que se deve, segundo os analistas, a meras correcções técnicas e não a quaisquer informações que pudessem condicionar o mercado. Também neste produto todos os operadores aguardam o relatório mensal do USDA.

No mercado do Mar Negro o volume total das exportações na passada semana foi normal, com uma subida de valor para o trigo e uma diminuição para o milho. Este facto deve-se à descida do preço do trigo, que está a tirar competitividade ao milho no mercado.

11 maio

Nos mercados europeus o dia foi muito calmo, com poucas transacções e os operadores a aguardarem o relatório mensal do USDA (Departamento Agrícola dos Estados Unidos), que saiu já durante a tarde de ontem na Europa.

Este relatório, veio confirmar uma descida da produção mundial de trigo, mas um aumento de stocks, enquanto para o milho a produção mundial está a aumentar, mas os stocks permanecem estáveis.

Um dado importante para a Europa é que Marrocos vai ter uma produção catastrófica de cereais este ano e vai necessitar de importar mais de 4 milhões de toneladas.

Apesar desta situação, o mercado europeu continua muito tenso e se não acontecerem quaisquer calamidades a pressão sobre os preços na próxima campanha vai ser muito forte.

No mercado americano o relatório foi considerado neutro para o milho e trigo e muito altista para a soja.

Em milho a previsão de produção para este ano nos Estados Unidos é de 366,54 milhões de toneladas, contra 345,49 milhões de toneladas do ano passado e estes valores são justificados pelo aumento da superfície cultivada. Em trigo a produção este ano vai ser superior a 2015.

Os fundos de investimento mostraram, mais uma vez, que estão muito interessados nas commodities e estiveram compradores de 18.000 lotes de milho, 29.000 lotes de soja e 3.000 lotes de trigo.

A soja registou um forte aumento de preço, tendo as cotações subido 50 pontos, aproximando-se dos 11 dólares por bushel.

O relatório indicou uma baixa de produção nos Estados Unidos de menos 3,31%, de produtividade menos 2,7% e mais importante, uma redução de stocks de menos 33,69%. Esta redução dos stocks deveu-se a uma forte actividade à exportação, que subiu 10,56%.

No mercado do Mar Negro de registar um forte avanço nas sementeiras de Primavera, aproveitando as boas condições meteorológicas que se fazem sentir na região.

12 maio

Mercados europeus muito calmos depois da publicação do relatório mensal do USDA (Departamento Agrícola dos Estados Unidos). O dado mais relevante são as estimativas de stocks publicados pelo FranceAgrimer, que aponta para uma previsão de stocks de trigo de 3,9 milhões de toneladas em Junho, enquanto no mês passado essas previsões apontavam para 5,45 milhões de toneladas. Contudo, mantêm-se as previsões de uma boa colheita a nível europeu, devido às boas condições atmosféricas.

Os preços actuais, sobretudo do trigo, ligados à cotação do euro face ao dólar, levam a que os países europeus sejam muito competitivos e tudo indica que vai ser a França a fornecer as 500.000 toneladas que a Argélia está interessada em comprar.

No mercado americano baixa de preços dos cereais, devido às boas condições para a produção.

Os fundos também tiveram um papel importante nesta tendência, ao estarem vendedores de 7.500 lotes de milho e 2.000 lotes de trigo. A soja teve uma ligeira baixa, devido à realização de lucros por parte dos fundos de investimento, que aproveitaram a forte subida nos últimos dias.

No mercado do Mar Negro nada de relevante a registar.

13 maio

Pouco movimento nos mercados europeus, devido ao facto de estarem em fase de consolidação de preços. As condições meteorológicas permanecem geralmente muito favorável para as culturas na Europa.

Bruxelas, esta semana, emitiu certificados para exportação de trigo de 628.000 toneladas, para a cevada este valor foi de 177.000 toneladas.

No mercado americano as chuvas nos Estados Unidos fizeram abrandar as plantações de milho, com os operadores a antecipar assim um ligeiro aumento do preço.

Os números semanais de exportação foram satisfatórios em trigo e milho. Na soja os números foram um pouco decepcionantes. Os fundos estiveram assim compradores de 15.000 lotes de milho, 4.000 lotes de trigo e vendedores de 9.000 lotes de soja.

No mercado do Mar Negro as culturas continuam a beneficiar das boas condições climatéricas dos últimos 30 dias, mostrando assim um potencial de produção superior ao ano passado e até mesmo perto de níveis recordes.

Fonte: Agroinfo