Apesar da crise, 26% das empresas conseguiram manter ou aumentar o volume de negócios
A conclusão é de um estudo divulgado pela Associação Industrial Portuguesa, que revela que as médias empresas são as que demonstram “uma maior resiliência à crise” e que mais de metade dessas empresas registaram uma quebra de menos de 20% no volume de negócios.
Apesar da crise provocada pela pandemia da Covid-19, 26% das empresas conseguiram manter ou aumentar o volume de negócios. A conclusão é de um estudo divulgado pela Associação Industrial Portuguesa (AIP), que revela que as médias empresas são as que demonstram “uma maior resiliência à crise” e que mais de metade dessas empresas registaram uma quebra de menos de 20% no volume de negócios.
No inquérito ao contexto empresarial, a que o Jornal Económico teve acesso, foram ouvidas 1.707 entre 22 e 25 de junho. O setor da construção foi o que sentiu menor impacto no volume de negócios, com 50,4% das empresas do setor a manterem ou aumentarem a faturação, apesar da Covid-19. Segue-se o setor da agricultura, com 44,4% das empresas a não registarem impacto na faturação. Nos serviços, o valor desce para 28,6% e na indústria para 25,8%.
Das empresas inquiridas, 35% registarem quebras de mais de 40% no volume de negócios e 17,3% registaram quebras superiores a 70%. As maiores quedas foram sentidas especialmente no setor da restauração, com 65,5% das empresas a registar perdas de mais de 70%, e no setor dos transportes e armazenagem, com 31,4% das empresas a registar perdas de mais de dois terços da faturação.
O estudo da AIP revela ainda que, no setor da restauração, não houve, entre as empresas entrevistadas, nenhuma que tivesse mantido ou aumentado a faturação no contexto da pandemia. Isto porque a Covid-19 obrigou ao encerramento de restaurantes e cafés durante Estado de Emergência e, apesar do desconfinamento, há empresas que não conseguiram retomar a atividade.
As empresas de média dimensão (56,9%) foram as que conseguiram resistir melhor à pandemia e manter ou aumentar o volume de negócios. Já as micro empresas (62%) foram as que registaram mais dificuldades e tiveram cortes na faturação superiores a 40%.
Das empresas que participaram no estudo, 94% não tem intenção de mudar de atividade, mas 6% prevê alterar o seu business core. O estudo mostra também que 94% das empresas não despediram ainda, mas 26,7% despediram ou pensam despedir no curto prazo. Há ainda 6% das empresas que prevê avançar para a insolvência, no setor dos transportes e armazenagem (16%), alojamento e restauração (10%) e serviços (8%).
No que toca ao financiamento, as médias empresas são as que mais recorrem aos bancos. Os setores que mais recorreram ao financiamento foram o alojamento e restauração (57%), a indústria (40%), a agricultura (37%) e os transportes e armazenagem (36%).
Registou-se uma taxa elevada de operações de financiamento aprovadas (72%) e uma reduzida taxa de operações reprovadas (8%). Das operações aprovadas, mais de metade (52%) já receberam o financiamento. O Millennium bcp (81%), o Santander (76%) e o Novo Banco (73%) são os bancos com maior número de operações aprovadas. Os bancos que mais contrataram e transferiram financiamento foram BCP (69%), Santander (63%) e Novo Banco (59%).
