Nova solução que prolonga a vida da fruta
As doenças pós-colheita são doenças latentes, podendo a inoculação da fruta pelos fungos ocorrer em qualquer etapa da cadeia de abastecimento, no entanto, em muitos casos a fonte primária de inóculo é o pomar. «Tradicionalmente as estratégias de controlo estavam focadas na central fruteira, mas as tendências atuais apontam para uma atuação que deve iniciar-se mais precocemente, ou seja, no pomar, antes da colheita. É necessária uma abordagem integrada aos meios de luta usados no controlo das doenças de conservação e uma atenção muito particular ao “último quilómetro”», afirmou o investigador e especialista em Pós-Colheita, Domingos Almeida.
Alinhada com esta estratégia de controlo mais precoce, a Granfer partilhou a sua experiência de um ano de ensaios com Geoxe, o novo produto da Syngenta, realizados em três pomares de pereira Rocha na região Oeste. Segundo Cristina Rosa, responsável de Qualidade da Granfer, há vários anos que a empresa adotou uma estratégia de controlo das doenças de conservação da fruta em pré-colheita, com vantagens face à aplicação exclusiva dos fungicidas em drancher: redução do inóculo à colheita; maior facilidade de aplicação do tratamento no pomar; diminuição do impacto ambiental resultante das águas residuais usadas na central e redução dos custos com o tratamento.
O Geoxe é indicado para tratamento dos frutos antes da colheita, visando protege-los da primeira infeção que pode ocorrer no campo. Estão autorizadas no máximo duas aplicações, via foliar, por campanha, que devem ser realizadas até 3 a 10 dias antes da colheita.
O Geoxe é formulado a partir de uma única substância ativa - o fludioxonil -, que pertence a uma nova família química dos fenilpirrol, um agente antifúngico de origem natural que é segregado por algumas bactérias do género Pseudomonas. Por ser a única s.a. desta família em comercialização, existem menores riscos de resistências dos fungos a este novo fungicida.
A Syngenta recomenda uma estratégia conjunta de aplicação de Geoxe, em pré-colheita, com Scholar, em pós-colheita, no caso de variedades de fruta mais sensíveis ao desenvolvimento de doenças de conservação e/ou destinadas a armazenamento longo. O Geoxe reduz o inóculo que chega à câmara, enquanto o Scholar protege eficazmente contra o desenvolvimento de doenças que podem entrar através de feridas e golpes após a colheita, reforçando os tratamentos anteriores à base de fludioxonil.
O Geoxe está adaptado aos protocolos de qualidade das cadeias de distribuição alimentar e é tolerado na exportação a nível global, porque apresenta níveis de resíduos na fruta muito abaixo dos LMR autorizados (< 20%).
O Geoxe está homologado para controlo das podridões de conservação em pera e maçã causadas por Gloesporium spp. e Penicillium expansum. Entretanto, o COTHN solicitou autorização extraordinária do Geoxe por 120 dias para controlo das doenças de conservação em pessegueiro e também pediu a sua homologação para ameixeira e cerejeira, através da figura dos Usos Menores, aguardando-se a resposta dos serviços oficiais aos pedidos.
Uma notícia