Projeto MaisMilho
No dia de campo organizado, a 4 de Setembro, na AgromaisPlus, na Golegã, a Syngenta apresentou os resultados dos seus ensaios com variedades tolerantes à cefalosporiose e um programa de controlo das infestantes, baseado no herbicida Lumax.
Dando continuidade ao estudo iniciado na campanha passada, o projecto MaisMilho centrou-se este ano na experimentação de soluções que permitam prevenir e controlar os ataques de cefalosporiose, também conhecida como murchidão tardia do milho. Esta doença é causada pelo Chephalosporium maydis, um fungo do solo cujos ataques ocasionam o emurchecimento das plantas na fase final do seu ciclo vegetativo.
No campo de ensaios do projeto Mais Milho, na Golegã, foram testadas variedades tolerantes à doença, destacando-se o SY Sincero (FAO 500), um milho para grão e silagem, que «apresentou uma sanidade bastante mais elevada em relação às testemunhas e que se traduziu em potencial produtivo. As plantas apresentaram um bom estado sanitário e maçarocas de elevado calibre», descreve Rita Presume, Técnica Gestora Conta Cliente para
O programa fitossanitário aplicado para controlo das infestantes baseou-se no herbicida Lumax, aplicado em pré-emergência da cultura. «Foi somente utilizado como herbicida o Lumax a 4 lt/ha e é de realçar o excelente controlo de infestantes em todo o campo, mesmo as mais complicadas, como é o caso da figueira-do-inferno, da junça, do catassol e da erva-da moda», afirma Gilberto Lopes, Field Expert da Syngenta para a Zona Sul e Madeira.
«Quando comparado com a zona entre os aspersores (testemunha - sem herbicida), o herbicida Lumax mostrou todo o seu potencial, mesmo com a sacha do milho quando este tinha 8 folhas, que de alguma forma quebrou a barreira anti-germinativa. A eficácia manteve-se em padrões muito elevados, como puderam comprovar os participantes no dia de campo. De realçar os comentários de alguns agricultores que atestavam a excelente eficácia do herbicida. Lumax é sem qualquer dúvida a melhor opção para o controlo das infestantes no milho. Simples, prático e conveniente. Sem qualquer risco de fitotoxidade para a cultura, mesmo que aplicado em pós-emergência precoce. Isto tudo numa única passagem», acrescenta Gilberto Lopes.
Sobre os prejuízos causados pela cefalosporiose, a consultora Manuela Varela, a mentora do projeto MaisMilho, explica que quando a cultura do milho é atacada, os prejuízos podem ser avultados: «a estimativa de perda de produção nos ensaios realizados o ano passado, quando se utilizaram variedades sensíveis à doença, variou entre 26% e 78%», afirma, acrescentando que «a principal conclusão a que chegámos foi que a variedade é o principal factor para diminuir os prejuízos causados pela doença. No entanto, a tolerância não é suficiente para evitar as perdas de produção, pelo que este ano o nosso objectivo foi tentar juntar à tolerância das variedades outros meios de luta, de modo a minimizar os estragos na cultura». Em teste estiveram também meios de luta química e biológica, diferentes modalidades de adubações e de lavouras.
A cefalosporiose foi detectada em Portugal há vários anos, tendo sido inicialmente identificada na zona de Abrantes e a partir daí expandiu-se pela região da Golegã. Actualmente já se encontra até Salvaterra de Magos e Coruche, abrangendo assim uma importante região produtora de milho do Ribatejo. No Norte do país também está a infectar o milho da zona do Mondego.
«A incidência de cefalosporiose tende a aumentar se não houver uma acção preventiva, de modo a evitar a passagem de destroços da cultura contaminada para outras regiões», alerta Manuela Varela.
Saiba mais sobre a Cefalosporiose
“De facto, embora a infecção em condições favoráveis, 27-30oC, ocorra 35 dias após a sementeira, as plantas infectadas crescem e desenvolvem-se sem sintomas até à floração. No entanto, o fungo multiplica-se e invade os vasos xilémicos desde as raízes até à parte superior da planta, interrompendo a circulação da seiva. Um pouco antes da floração e durante a fase de enchimento do grão até à maturação, observa-se a murchidão da planta e consequentemente a sua morte. As maiores quebras de produção surgem associadas a condições de stress da cultura, nomeadamente hídrico, tanto devido a excesso como por insuficiência. Como a doença se manifesta numa fase mais adiantada do ciclo vegetativo, se a cultura se encontrar em boas condições, a produção é pouco afectada e optando por uma colheita precoce, evitam-se os estragos provocados pela acama das plantas atacadas”, in Boletim Informativo da Associação dos Agricultores do Ribatejo.