Syngenta organiza jornada formativa sobre olival e lança novo herbicida Minsk
A Syngenta reuniu mais de 100 olivicultores e técnicos numa jornada formativa sobre olival, a 27 de fevereiro, em Beja. Especialistas desta cultura apresentaram estratégias de proteção do olival contra pragas e doenças e a Casa do Azeite revelou que a produção de azeite em Portugal atingiu um volume recorde de 110.000 toneladas na campanha 2017-2018.
A Syngenta, marca líder em soluções para proteção do olival, anunciou o lançamento do seu novo herbicida Minsk para controlo das infestantes mais difíceis em olival, vinha e citrinos.
José Andrés Aparicio, consultor espanhol especializado na cultura do olival, realizou uma apresentação sobre as principais doenças do olival, destacando a gafa, doença que afeta todas as variedades de azeitona e que, se não for devidamente controlada, causa a diminuição do conteúdo de polpa da azeitona, provoca um baixo rendimento em azeite e origina azeites lampantes, com elevada acidez e um gosto desagradável.
«O fungo responsável pela gafa – Gloesporium olivarum – multiplica-se no olival tantas vezes quantas ocorram as condições ideias de temperatura e humidade. Os esporos hibernam no solo e acima de 10ºC o mecanismo da doença é desencadeado», explicou este especialista, alertando que «é habitual os olivicultores realizarem tratamentos contra a gafa no Outono, mas na realidade é importante atuar preventivamente desde já e ao longo de todo o ciclo biológico da azeitona». Os tratamentos com fungicidas à base de cobre são cruciais e deve ser privilegiado o uso de produtos formulados com partículas muito pequenas, como é o caso do Cuprocol, que garantem uma maior e melhor cobertura dos tecidos vegetais (folhas e frutos), conferindo maior proteção contra a doença.
O Cuprocol é um fungicida da Syngenta à base de oxicloreto de cobre utilizado por agricultores em todo o mundo, Entre os segredos do Cuprocol, destaca-se o processo de moagem do oxicloreto de cobre, usando micro-bolas de zircónio, que garantem partículas de substância ativa de tamanho abaixo da micra.
Gilberto Lopes, field expert da Syngenta, apresentou o portfolio da empresa para proteção e nutrição do olival, destacando-se os fungicidas Score 250EC (sistémico para combate ao olho de pavão) e Cuprocol (preventivo, homologado para gafa, olho de pavão e cercosporiose) e os inseticidas Eforia (com ação de contato e ingestão para controlo da traça e da margarónia) e Karate Zeon (com ação de contato e ingestão para controlo da mosca da azeitona, traça, margarónia e algodão).
Na fertilização do olival a Syngenta apresenta uma gama de produtos inovadores como o Zetaminol (fertilizante de aplicação foliar que estimula o vingamento dos frutos), o Stimufol K (favorece o aumento do fruto e o rendimento em azeite) e o Isabion (nutriente biológico rico em aminoácidos que incrementa a resistência da planta a stresses abióticos, nomeadamente geadas).
Minsk não deixa resíduos no azeite
No controlo das infestantes, destaca-se o lançamento do Minsk, homologado para olival, vinha e citrinos. É um herbicida sistémico, composto por Flazassulfurão a 25%, para aplicações em pré-emergência e pós-emergência precoce das infestantes gramíneas, dicotiledóneas e ciperáceas. É rapidamente absorvido pelas folhas e raízes das infestantes em crescimento ativo, permitindo um controlo eficaz das infestantes mais difíceis de controlar, tais como, azevém, milhã-pé-de-galo, balanco, beldroegas, junça ou avoadinha. A sua atividade por contato permite o controlo dos primeiros estádios das infestantes já nascidas.
«O Minsk é seguro do ponto de vista da qualidade do azeite, porque não deixa resíduos na azeitona», garantiu Gilberto Lopes, citando ensaios realizados com aplicação de Minsk, ao dobro da dose autorizada, 5 dias antes de se varejar a azeitona e estando o produto em contacto com a azeitona no solo, durante 15 dias, que comprovaram que a substância ativa deste herbicida não foi detetada no azeite.
A Xylella fastidiosa, doença que já devastou parte da produção de olival em Itália, e que foi detetada nas Ilhas Baleares, Espanha, no final de 2017, foi tema de uma sessão de esclarecimento por Rui Rosado, chefe da Divisão de Sanidade Vegetal da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo. Esta bactéria, que se manifesta nas oliveiras, inicialmente pelo ápice das folhas queimado, alastra dos ramos superiores para os ramos inferiores da árvore, levando à sua morte. A doença não foi ainda detetada em Portugal e estão em curso medidas preventivas para evitar a sua entrada no nosso país. A partir de 1 de março de 2018, todas as plantas de oliveira comercializadas em Portugal terão que ser analisadas em laboratório para despiste da bactéria, uma obrigação dos viveiristas, que deverão fazer acompanhar as plantas do respetivo passaporte fitossanitário, revelou Rui Rosado.
Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite, traçou o panorama da produção e consumo mundial de azeite, que se encontra em crescimento, num cenário de stocks mundiais baixos, o que têm originado preços médios elevados nos últimos 3 anos, acima dos 3€/kg. Portugal obteve na campanha 2017/2018 uma produção recorde de 110.000 toneladas de azeite, 70% das quais produzidas no Alentejo. Ainda de acordo com as estimativas da Casa do Azeite, Portugal poderá atingir as 140.000 toneladas de azeite no ano 2020, ascendendo à posição de 7º produtor mundial, tendo em conta a entrada em produção de novos olivais e considerando o ritmo atual de aumento da área de olival.
«Na última década a qualidade do azeite português melhorou significativamente, a maior parte é virgem extra. As exportações de azeite triplicaram e os principais destinos são Espanha e Itália, predominando a venda de azeite a granel», afirmou Mariana Matos, alertando que há «ainda um grande trabalho a fazer nas exportações de azeite embalado, pois à exceção do Brasil, onde o azeite português detém perto de 50% da quota de mercado, no resto do mundo temos uma presença muito reduzida».