publicado a: 2015-05-25

Viticultores da Bairrada em formação prática

No passado dia 19 de maio, 35 viticultores da Bairrada, estiveram em campo, numa ação de formação prática sobre intervenções em verde na vinha e boas práticas de calibração de pulverizadores.

A jornada, que decorreu na Quinta da Recochina, contou com a parceria da Adega Cooperativa de Cantanhade, da Apibairrada e da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC). Estas entidades juntaram-se à Syngenta para demonstrar boas práticas de condução da vinha e de aplicação de produtos fitofarmacêuticos, com vista ao aumento da qualidade da produção da uva e à prevenção dos ataques de pragas e doenças.

Os viticultores passaram por diversas estações temáticas, onde assistiram às demonstrações dos técnicos da Syngenta e das entidades parceiras. César Almeida, técnico da Estação Vitivinícola da Bairrada, falou das intervenções em verde indicadas para esta época do ano em que a vinha atinge o desenvolvimento vegetativo pleno: o desladroamento, a despampa e o embardamento. «Ao retirar os ramos ladrões, limpamos o tronco, aumentando o vigor vegetativo da videira e criamos uma ‘barreira’ à subida do míldio, que se encontra alojado no solo sob a forma de esporos», explicou o técnico a propósito do desladroamento, lembrando que é importante realizar as intervenções em verde no momento exato do desenvolvimento vegetativo.

Sónia Leite, técnica da Apibairrada, entidade que presta assistência técnica a 500 hectares de vinha na região, recorda que a despampa, ou eliminação dos pâmpanos ou lançamentos sem cachos, «é essencial para promover o arejamento da videira, contribuindo para prevenir a instalação do míldio, do oídio e da traça-da-uva».

Na segunda estação temática foi demonstrada a forma correta de calibrar o pulverizador e aferida a qualidade da pulverização, através de papel hidrosensível, utilizando diversos tipos de bicos e diferentes velocidades de avanço do trator. «Ensinámos os viticultores a calcular a dose de produto por hectare de área vegetativa, que é a forma mais correta quando a vinha atinge o pleno desenvolvimento vegetativo. É essencial um bom cálculo da dose de calda a aplicar, de modo a garantir a eficácia dos produtos», alertou Sónia Leite.

A Adega Cooperativa de Cantanhede, através dos serviços técnicos que presta aos associados, e numa parceria com o COTHN e o apoio da Syngenta, está a proceder à inspeção dos pulverizadores dos seus associados. Recorde-se que a legislação em vigor obriga a que a partir de 26 de Novembro de 2016 só podem ser utilizados equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos que tenham sido aprovados em inspeção. A Adega Cooperativa de Cantanhede tem cerca de 600 viticultores associados ativos, representando uma área total de vinha de cerca de 800 hectares, ou seja, 25 a 30% da produção da região.

«Foi importante demonstrar aos viticultores que podem melhorar as práticas culturais e a forma como aplicam os produtos fitofarmacêuticos, usando apenas as doses estritamente necessárias. O envolvimento da Syngenta nestas iniciativas de sensibilização é louvável», afirma Leonor Novais, técnica da Adega Cooperativa de Cantanhade.

Na terceira e última estação temática deste dia de campo, a equipa da Syngenta apresentou duas soluções para proteção da vinha: o Dynali, um fungicida indicado no controlo do oídio e do black rot, e o Luzindo, um inseticida foliar para o controlo da traça dos cachos, da cigarrilha verde e do cicadelídeo da flavescência dourada.

As entidades presentes foram unânimes em admitir a mais-valia deste dia de campo, pela sua componente prática.

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