Novas Vidas de Verde Primavera
Uma das minhas fases favoritas da vinha começa agora, quando os olhos em cada videira começam a libertar as suas folhas definindo em cada vinha as linhas com contrastes de cor que exaltam a “vida”...e que cor...eu chamo-lhe Verde Primavera....acho que não existe planta com verde mais bonito.
Acho que podemos dizer que este verde escreve nas vinhas a palavra “Delicioso” especialmente para aqueles que sabem, os aromas que cada folha produz, quando se transforma a uva em vinho.
Pelo campo ouve-se dizer que a vinha já está a abrolhar ou seja aparecem os primeiros rebentos ou gomos. Este abrolhamento ocorre ao ritmo de cada região e de cada Casta. Após abrolhamento este crescimento inicial dos lançamentos é muito dependente da temperatura sendo feito sobretudo à custa das reservas armazenadas na estrutura permanente.
A partir do aparecimento dos gomos podemos dividir o desenvolvimento e crescimento da videira em diferentes fases, os chamados estados fenológicos que se definem numa escala ao longo do tempo biológico. As escalas são bastante importantes quer em trabalhos de investigação quer na gestão das práticas culturais como por exemplo a aplicação de produtos fitossanitários.
Foram desenvolvidas várias escalas de descrição dos estados fenológicos, umas mais detalhadas que outras, a escala de Baggiolini (1952) baseada em letras para definição dos diferentes estados, a escala de Eichhorn & Lorenz (1977) baseada em números , posteriormente surge a adaptação da escala fenológica BBCH à videira (Lorez e tal., 1994) e a escala numérica de Eichhorn e Lorenz modificada (Coombe, 1995).
Pelas vinhas onde ando, os estados variam entre o gomo de algodão e as 2 a 3 folhas separadas, e por entre o Verde Primavera fico à espera do seguinte estado...
Sara Ramalho