A Mosca do Mediterrâneo – a importância de uma estratégia adequada no seu combate
O CIB Margarita Salas detetou pela primeira vez resistência á substância ativa deltametrina em populações de C. capitata (mosca do mediterrâneo)(fotografia). Este fenómeno revela cada vez mais a necessidade de implementar estratégias que minimizem essas mesmas resistências por parte desta praga.
No Algarve o controlo desta praga é feito essencialmente por métodos químicos (pulverizações dirigidas à árvore) com duas substâncias ativas: deltametrina e lambda-cialotrina. Há já alguns tempos atrás tinham sido detetadas resistências à lambda-cialotrina e também ao spinosad (outra das alternativas ao combate deste inimigo).
Uma vez que o número de substâncias ativas autorizadas pelos nossos Serviços Oficiais é bastante limitado tudo indica que o controlo desta praga se encontra seriamente comprometido.
Por forma a evitar este tipo de resistências deveremos alternar os inseticidas que temos disponíveis e evitar a utilização de produtos com resistência cruzada.
De acordo com os dados deste estudo, ao combinar armadilhas com deltametrina e pulverizações com lambda-cialotrina podem ocorrer cenários de resistência cruzada entre estes dois piretróides. Este fenómeno é uma realidade pelo que se deve evitar a utilização continuada de ambos inseticidas nos mesmos campos durante largos períodos de tempo. Devem ser promovidas todas as alternativas ao dispor do agricultor (culturais, biológicas, captura em massa, atração e morte, pulverização com isco, etc.). Para além disso deve ser feita uma monitorização adequada e tratar apenas quando se ultrapassam os níveis estabelecidos; assim como deve ser feita uma rotação de produtos com diferentes tipos de ação, cumprindo sempre as orientações definidas pelo fabricante.
Carlos Rodrigues