publicado a: 2024-08-19

A mosquinha-branca-dos-citrinos (Aleurothrixus floccosus)

Nesta fase começam a aparecer nos citrinos do Algarve alguns ataques significativos desta praga que, devem ser vigiados e, se necessário controlados.

Este inimigo bastante recente em Portugal aparece somente em 1977 (em Portugal continental). Até há bem pouco tempo atrás era considerada uma praga completamente controlada, hoje em dia por motivos que abordarei mais á frente encontra-se completamente descontrolada.

A temperaturas ótimas de 25-30º completa o seu ciclo em 28-30 dias. Uma fêmea deposita pode depositar até 125 ovos (Fig. 1 e 2) durante o seu período de oviposição. As larvas só são móveis durante o 1º estádio e fixam-se sempre na parte inferior da folha onde o adulto realizou a postura dos ovos. Os adultos conseguem dispersar-se pois têm asas e também encontrado no vento um precioso aliado.

FIG 1 e 2 – Posturas de A. floccosus numa folha jovem de laranjeira var. V. Late

Os danos produzem-se quando a ninfas ao introduzirem o estilete para se alimentarem segregam grandes quantidades de melada que se traduz numa redução da produtividade da cultura (Fig. 3).

Fig. 3 – Planta bastante atacada com elevadas quantidades de melada

Em primeiro lugar porque há extração de carbohidratos á planta e em segundo porque essa mesma melada contamina frutos e cobre a superficie foliar provocando o desenvolvimento de fungos.

Em tempos controlada, devido á presença do parasitóide Cales noacki as más práticas agrícolas têm levado ao descontrolo que agora se verifica. O uso e abuso das substâncias ativas existentes levaram a uma redução significativa deste auxiliar e consequentemente ao aumento das populações da praga. Por outro o descontrolo ao nível da fertilização azotada tem como consequência que a planta fique mais suscetível a ataques da praga por força dos altos níveis de aminoácidos livres, açucares e nitratos.

Assim, deveremos na nossa estratégia de controlo desta praga, promover sempre o desenvolvimento de insetos auxiliares. Caso seja necessário intervir quimicamente deve a intervenção ser feita durante as fases L1 e L2 (mais sensíveis).


Um artigo de:
Carlos Rodrigues

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