publicado a: 2017-07-05

A vinha e o viticultor

O viticultor nunca pára, mas nesta altura em especial vive de alerta, prevenção, decisão e acção.

Os bagos crescem começando com o tamanho parecido com uma esfera de chumbo, passando pelo tamanho de uma ervilha até que o seu crescimento em conjunto com os outros bagos originam o chamado “fecho do Cacho”.

É o tempo de subir arames, de efectuar a desponta quer seja ela manual ou mecânica e da decisão de efectuar em alguns casos da chamada desfolha

As partes verdes e tenras da videira encontram-se bastante vulneráreis. Começa a actividade daqueles a que costumo chamar usando uma expressão bem Portuguesa, “Os três da vida airada”, o Oídio, o Míldio e a Podridão. É necessário uma constante monitorização da vinha e da evolução meteorológica e estar atendo a todos os avisos agrícolas da região. Os tratamentos seguem-se quer os preventivos tentando evitar que os fungos germinem quer os curativos quanto estes já deram o ar da sua graça à vinha e é necessário elimina-los rapidamente. Há quem siga a tendência biológica recorrendo aos oligoelementos cobre e enxofre, outros na produção/protecção integrada que recorrem à aplicação de agro-químicos com conta, peso e medida e ainda os mais convencionais usando também químicos para controlar o inimigo. A quantidade de tratamentos varia muito de região para região em função do clima e do ano climático.

Depois temos outros perigos como a traça e a cigarrinha verde ou cicadela, insectos chatos que teimam em se alimentar da nossa videira. Há que fazer a contagem e perceber se já andam na vinha em numero suficiente para começar a luta. No caso da traça há quem use como meio de luta a confusão sexual evitando o encontro entre o macho e a fêmea ou em ambos os casos a luta química com uso de fitofármacos.

O calor aumenta e no caso das vinhas regadas em regiões de clima mais seco a decisão de ligar a rega e controlá-la em função da casta e do solo da vinha será outro desafio para o viticultor.

Os custos esses são muito variados dependendo da área da vinha, do grau de mecanização, da condução da vinha, e claro mais uma vez do acompanhamento da vinha pelo viticultor.

E assim segue a vida na “vinha que quer ver o dono todos os dias” como diz o velho ditado...

Sara Ramalho

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