Doenças dos citrinos
Gomose Basal ou Gomose Parasitária dos Citrinos (Phytophthora spp.)
As infeções dos fungos causadores desta doença ocorrem com as primeiras chuvas do outono. Nas árvores adultas, a doença localiza-se sobretudo no colo e na zona inferior do tronco, na parte superior das raízes principais e na parte inferior das pernadas, se estas forem baixas.
As árvores doentes apresentam feridas no colo e tronco com fendilhamento da casca, exsudação de goma castanha, amarelecimento e queda de folhas e frutos, frutos pequenos, ramos secos, progressivo enfraquecimento e morte. O processo pode levar anos, conforme as condições de solo e clima e a resistência ou tolerância das plantas e dos porta-enxertos.
Como medidas preventivas nesta época do ano, recomenda-se:
- Afastar as águas superficiais de escorrimento e de rega do colo do tronco das árvores (não regar pelo pé, não abrir caldeiras e desfazer as que existam; abrir regos na entrelinha, fazendo a água de rega circular apenas por aí).
- Manter uma boa drenagem do solo, pois os solos encharcados favorecem o desenvolvimento da doença.
- Proceder à limpeza das ervas nos pomares, sobretudo junto do colo das árvores, reduzindo a concentração de humidade e facilitando o arejamento.
- Cortar os ramos inferiores da copa – por ser nestes que a doença incide mais facilmente – pelo menos a 50 cm do chão. Assim, melhora-se também o arejamento do tronco.
- Desinfetar as lesões, de poda ou acidentais, nos ramos e tronco.
- As árvores muito enfraquecidas devem ser arrancadas e queimadas. Se mais de metade da copa estiver ainda sã, podem ser adotadas algumas medidas paliativas para adiar a morte da árvore
Fazer uma limpeza profunda das feridas, retirando todo o tecido morto, e de seguida aplicar um fungicida, por pulverização ou pincelagem e um isolante (tipo “isolcoat” ou cera de abelhas) (neste caso, deve ser feita simultaneamente uma poda ligeira).
- Recomendam-se também tratamentos antes, ou pelo menos, no início das chuvas do outono, com carácter preventivo, à base de cobre (calda bordalesa) ou de fosetil-alumínio, atingindo bem as pernadas e o tronco das árvores até à zona do colo. Podem também ser aplicados fungicidas à base de metalaxil-M, em gota- a-gota na zona do colo das árvores ou por injeção ao solo na área de projeção da copa das árvores.
Para a luta preventiva contra a gomose dos citrinos no Modo de Produção Biológico, são autorizados fungicidas à base de cobre.
(1) (2) Sintomas de gomese no tronco
(3) (4) Laranjeiras em estado muito avançado de declínio
(5) Caldeiras de rega - prática que deve ser abandonada no âmbito das medidas preventivas contra a gomose
Míldio ou Aguado (Phytophthora hibernalis; Phytophthora spp.)
Antes ou, pelo menos, no início das grandes chuvas do outono, deve aplicar um tratamento à base de cobre (calda bordalesa), preventivo desta doença. Este tratamento deve ser repetido durante o outono/inverno, sobretudo se ocorrerem períodos de chuva prolongados. Deve ter o cuidado de atingir com a calda toda a copa da árvore. Mais tarde, podem ser utilizados fungicidas à base de fosetil-alumínio.
Os fungos que causam o míldio são basicamente os mesmos da gomose. Por isso, alguns tratamentos contra ambas as doenças poderão ser feitos em simultâneo.
Os fungicidas à base de cobre são autorizados no Modo de Produção Biológico para a luta contra o míldio.
(2) Sintomas de míldio no fruto
Estação de Avisos de Entre Douro e Minho - Circular nº 16/2017