Eficiência da pulverização - Papel hidrossensível
Saber se estamos ou não a pulverizar bem a nossa cultura é uma questão que nem sempre é fácil de responder. Pois, apesar de todos os modelos e ensaios que podem ser utilizados à priori para orientar a aplicação, o mais importante é saber se a calda chegou ou não em quantidade suficiente a todas as partes do alvo biológico. Este pode ser especialmente difícil, como o interior da copa de uma macieira ou a página inferior de uma folha de couve.
Com a redução (desejável) dos volumes de calda e a utilização de caldas pouco pigmentadas, é difícil concluir quais as partes da planta que foram devidamente pulverizadas. Foram durante muito tempo utilizados, e ainda hoje são quando é necessário maior rigor, métodos caros e lentos. Neste incluem-se a utilização de pigmentos visíveis com luz ultravioleta, superfícies cobertas com substâncias sensíveis ao impacto ou fibras ultrafinas que retêm as gotas.
O papel hidrossensível foi desenvolvido como alternativa a estes métodos. Trata-se de um papel de grande espessura, coberto com um pigmento de cor amarelada que, quando em contacto com a água, muda para um tom azulado. É normalmente vendido em pequenas folhas, embaladas hermeticamente. Isto é necessário porque se trata de um material extremamente sensível, alterando-se em contacto com a humidade do ar e com o contacto das mãos.
Antes da pulverização distribuem-se amostras de papel hidrossensível por toda a cultura, não esquecendo zonas de difícil acesso, como o topo ou o interior das árvores. De seguida realiza-se a aplicação em condições normais, sem fazer nenhuma alteração, para que tenhamos uma avaliação real da forma como trabalhamos. Quando o pulverizador passa, é possível observar a qualidade da cobertura, podendo recorrer-se a uma escala de comparação como esta:
por Hugo Pires
Engenheiro Agrónomo
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