Infeções primárias e secundárias
As doenças provocadas por fungos têm sido abordadas, aqui no Agrozapp, devido à sua grande importância nas culturas chave em Portugal. O pedrado das pomóideas e o míldio da videira, duas das doenças mais conhecidas, apesar de serem muito diferentes entre si, apresentam um padrão semelhante. Os fungos que as causam apresentam uma alternância de fases, sexuada e assexuada.
A primeira está associada ao período de repouso vegetativo da planta hospedeira em que o fungo sobrevive também em condições desfavoráveis. São produzidos esporos que provocam infeções primárias assim que encontram condições ambientais favoráveis (habitualmente na Primavera) e hospedeiro susceptível, criando manchas normalmente dispersas e de maior dimensão.
Estamos, nesta altura, num ponto de viragem: os esporos sexuados que sobreviveram ao Inverno perderam a sua viabilidade, sendo incapazes de provocar infeções. As manchas provocadas pelas infeções primárias são agora o ponto a partir de onde são libertados esporos assexuados e capazes de provocar infeções secundárias. Estas são de menor dimensão mas têm um efeito de progressão muito rápido, provocando a disseminação da infeção pela cultura.
A localização das primeiras manchas de infeção é, portanto, fundamental para a estratégia de combate à doença (em algumas zonas vitícolas dá-se um prémio a quem encontre a primeira) e vai determinar o risco que esta representa a partir de agora e até ao final do ciclo da cultura.
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