Situação atual dos citrinos algarvios
Nesta fase verifica-se em relação aos citrinos algarvios uma estabilização dos preços em baixa relativamente ao que se passou no início da campanha onde as variedades precoces de laranja chegaram a ser pagas ao produtor bem acima dos 40 cêntimos/kilo.
Existem explicações para que este fenómeno seja hoje uma realidade, por um lado o aumento das importações de países terceiros assim como uma baixa na procura e também no consumo (alguns dados apontam para uma diminuição de consumo de citrinos na Europa nos últimos 10 anos).
Outro problema que afeta os citrinos nesta fase e alarma o produtor são as tripes (Fig.1). É bastante importante reconhecer a praga e saber como fazer um controlo correto da mesma (note-se que os danos provocados confundem-se com outros danos causados por fatores bióticos ou abióticos). As espécies com mais impacto na cultura dos citrinos são: H. haemorrhoidalis, S. aurantii, S. citri, S. dorsalis e P. kellyanus.
Fig.1 - Aspeto de fruto atacado por tripes
Caso se opte pelo controlo químico (deve ser uma solução de recurso), o mesmo deve ter início 2-3 semanas após a queda completa das pétalas, pois nesta fase - plena floração (Fig.2) - as larvas (a fase mais sensível da praga) ainda têm pouca incidência.Fig.2 - Estado fenológico atual da cultura dos citrinos
Note-se ainda, que devem evitar-se tratamentos químicos desnecessários para que não afetem os inimigos naturais das pragas da cultura e também para que as próprias tripes não desenvolvam resistências a esses químicos.
Um artigo de Carlos Rodrigues