Açores: agricultores recebem 3 M€ por perda de produção devido à seca até Fevereiro
Os agricultores açorianos vão receber do Governo Regional, até Fevereiro, cerca de três milhões de euros de compensação devido à seca verificada este ano, tendo tido prejuízos na produção das culturas de milho forrageiro, hortícolas, sorgo e tabaco.
O anúncio foi feito hoje, 11 de Outubro, pelo secretário Regional da Agricultura e Florestas, João Ponte, acrescentando que a medida vai abranger quase 1.500 produtores.
“A intenção do Governo dos Açores é, no limite, até ao final de Fevereiro do próximo ano proceder ao pagamento da ajuda aos produtores afectados”, afirmou João Ponte, que falava no final de uma reunião com a direcção da Federação Agrícola dos Açores.
O governante adiantou que ficou definido um valor referência de 1.190 euros por hectare para o milho e de 3.570 euros por hectare para os produtos hortícolas para o cálculo da ajuda a atribuir aos produtores prejudicados pela seca, sendo que a Região comparticipa apenas 75% do valor total apurado para os prejuízos.
Numa portaria já publicada em Jornal Oficial foram estabelecidos três graus de perdas, nomeadamente de 25%, 50% e 75%.
“Para aqueles agricultores que tiverem prejuízos da ordem dos 75% nas suas produções, o apoio do Governo Regional será de 669 euros por hectare no caso do milho forrageiro, porque, no caso dos produtos hortícolas, o valor triplica (2.008 euros por hectare)”, indicou João Ponte.
Perda de produção de milho forrageiro
No caso da perda de produção de milho forrageiro ser avaliada em 50%, o agricultor irá receber um apoio de 446 euros por hectare e, no caso dos produtos hortícolas de 1.339 euros por hectare.
Se a perda for de 25%, o apoio aos produtores de milho atingirá 223 euros por hectare e 669 euros por hectare, no caso dos hortícolas.
Agricultores com “um grande rigor na avaliação dos seus prejuízos”
João Ponte manifestou ainda satisfação com o facto de as previsões de prejuízos declaradas pelos agricultores que se candidataram ao apoio terem sido “muito semelhantes ao verificado pelas equipas de controlo da Secretaria Regional no terreno”, o que significa que houve por parte dos agricultores um grande rigor na avaliação dos seus prejuízos.
“70% da área de milho forrageiro, dos cerca de 6.000 hectares candidatado a apoio, tiveram um prejuízo superior a 50% em termos de produção. No caso dos hortícolas, 85% da área candidatada teve uma perda de 50%”, revelou João Ponte.
Importação de concentrado fibroso, palha e feno
Relativamente à importação de concentrado fibroso, palha e feno na forma prensada, destinado à alimentação dos bovinos, o apoio regional representa uma redução de 30% no custo normal do mercado, tendo João Ponte revelado que o montante global da ajuda representa 1,2 milhão de euros.
O titular da pasta da Agricultura disse ainda que, de acordo com os dados existentes, tudo leva a crer que será necessário um reforço do apoio à importação de alimentos para os animais, no caso das condições meteorológicas durante o inverno serem adversas.
Neste momento, a situação só não foi tão grave porque os agricultores estiveram a recorrer até agora a alimentos que tinham armazenados e que vã