Área ardida nos fogos deste ano continua abaixo do mínimo histórico
Os incêndios deste ano consumiram cerca de 15 mil hectares de mato e floresta até 31 de Agosto, segundo o mais recente relatório nacional sobre os fogos, combinado com dados europeus de satélite. Este número mantém 2014, pelo menos por ora, como o ano com menor área ardida em Portugal desde 1980. Mas Setembro ainda é um mês de chamas.
O último relatório mensal do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), divulgado esta quarta-feira, dá conta de 6406 incêndios entre 1 de Janeiro e 31 de Agosto – o menor valor dos últimos 15 anos pelo menos.
A área ardida confirmada é de 11.745 hectares. Desde 2001, só em 2008 é que até ao final de Agosto havia menos área ardida – pouco mais de 10 mil hectares. Aquele foi o ano em que os incêndios, de Janeiro a Dezembro, deixaram a menor marca na paisagem, com um total de 17.564 hectares queimados.
O relatório do ICNF chama a atenção, no entanto, para um grande incêndio ocorrido em Nisa entre 25 e 27 de Agosto, que ainda não está contabilizado nas estatísticas. Segundo o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, que regista os grandes fogos a partir de imagens de satélite, a área ardida naquela ocorrência chegou a 2869 hectares, o que eleva o total deste ano até agora para 14.614 hectares.
O clima ameno tem sido o principal responsável pelo ano positivo em termos de fogos. Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Julho foi um mês frio. A temperatura média esteve 0,63oC abaixo do que é considerado normal para o mês. Choveu muito mais do que a média – foi o oitavo Julho mais chuvoso desde 1931 e o primeiro da lista desde 2001.
Agosto também foi relativamente frio, com temperaturas abaixo do normal. Resultado: houve menos 60% de incêndios e menos 87% de área ardida do que a média dos últimos dez anos para o mesmo mês.
Fonte: Público