publicado a: 2018-10-17

Arroz. Melhoramento continua com uma nova variedade à espreita

O Dia Aberto dedicado à cultura do arroz que a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro tem vindo a realizar anualmente já é um marco para este setor pois os vários ensaios ali realizados (Campo do Bico da Barca, em Montemor-o-Velho) têm traduzido em importantes resultados para o seu desenvolvimento. Este ano não foi exceção e no passado dia 13, com o apoio de um vasto conjunto de parceiros, privados e institucionais, as portas abriram-se para dar nota dos avanços do último ano, sob alçada do Técnico Superior da Divisão de Apoio à Agricultura e Pescas, António José Jordão. Desde o melhoramento de variedades ao ensaio de soluções para melhor desempenho das plantas em termos produtivos, ou mesmo o comportamento face a tratamentos fitossanitários têm sido várias as matérias sob escrutínio que vão apontando alguns caminhos a seguir.
À margem das visitas e apresentações, perante um público aderente que ultrapassou largamente as expectativas, António Jordão avançou à reportagem da Voz do Campo que foi fruto deste trabalho, sempre em parceria com outras entidades, nomeadamente o INIAV e o COTArroz que no ano passado foi possível apresentar no campo as duas variedades totalmente nacionais que trouxeram novo alento ao setor, a “Ceres” e a Maçarico”. Todavia, ter-se chegado a este resultado não é um fim, mas antes significa o retomar de um Programa de Melhoramento que continua com o objetivo de selecionar genótipos tendo em vista a obtenção de novas variedades portuguesas de arroz, com especial incidência na produção de tipo carolino. Neste Programa, só no Bico da Barca estão instalados 680 novos genótipos (linhas segregantes e linhas avançadas) de várias gerações.
Em jeito de resultado, há uma nova variedade candidata ao Catálogo Nacional de Variedades e que segundo António Jordão “pode ser interessante em termos de produção embora apresente um ciclo um pouco longo”.
Há mais variedades que poderão vir a ser candidatas e, como tal, o trabalho que tem sido feito pela equipa DRAPCentro, do INIAV e do Cotarroz, entre outros parceiros e o comportamento que as variedades têm tido no campo geram otimismo relativamente ao futuro.

MAIS EMPRESAS INTERESSADAS EM TESTAR BIOESTIMULANTES

Nos ensaios onde se utilizaram bioestimulantes para aumentar a resistência e defesa das plantas contra agentes patogénicos com objetivo de avaliar o comportamento agronómico e a produção obtida, determinar o rendimento industrial e a biometria, bem como avaliar o efeito dos produtos aplicados na cultura do arroz, António Jordão começa por sublinhar o crescente interesse de mais empresas interessadas em testarem as respetivas soluções.
O ensaio decorreu em parcelas plantadas com a variedade mais comum no Mondego e procurou-se também conhecer até que ponto este tipo de produtos poderá também atenuar os prejuízos causados pela Pyricularia oryzae, um dos problemas que mais afetam a cultura do arroz e que está a tornar-se particularmente gravoso pela falta de soluções fifofármacas.
“Não são produtos que vão resolver o problema mas vão atenuar ou atrasar os efeitos causados pela doença na planta”, explica o técnico.
Realizou-se outro ensaio com a mesma linha de produtos, mas com intenção de melhorar o vigor da planta, o rendimento e a qualidade do produto. Também aqui se procurou avaliar o comportamento agronómico e a produção obtida, determinar o rendimento industrial e a biometria e avaliar o respetivo efeito na cultura do arroz.
Para o técnico, no final o produtor só tem de avaliar se “o peso final e o acréscimo que há na produção compensa ou não o custo do produto”.

A Zeocel foi uma das empresas envolvidas nos ensaios de bioestimulante cultura do arroz através da aplicação do “Celtonita, um mineral natural que acelera a fotossíntese e a formação da clorofila e consequentemente toda a dinâmica de formação da cultura.

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