Bactéria das oliveiras espalha-se por Europa mas há experiências prometedoras
A praga de "xylella fastidiosa", bactéria que já causou grandes danos às oliveiras do sul da Europa, está a espalhar-se pelo continente, mas estão a ser feitas experiências "prometedoras" no Brasil e na Itália.
Segundo a Autoridade Europeia da Segurança Alimentar, as experiências já realizadas não conseguiram eliminar por completo a bactéria das árvores doentes, mas reduzem o desenvolvimento dos sintomas em algumas situações.
De acordo com o cientista da agência europeia Andrea Maiorano, os projetos europeus que estão a ser experimentados pretendem investigar também a possibilidade de usar variedades de oliveiras "mais tolerantes e resistentes" à doença que, embora também sejam passíveis de ser infetadas, continuam a dar fruto.
O cenário constitui uma esperança de conseguir enfrentar a bactéria, detetada na Europa pela primeira vez em 2013, primeiro na região italiana de Apúlia (no sul) mas que rapidamente se espalhou pelo país e por França, Espanha e Portugal.
Em janeiro deste ano, a Direção Geral de Alimentação e Veterinária portuguesa confirmou ter detetado o primeiro foco da doença no país - em Vila Nova de Gaia -, tendo depois registado focos em outros espaços.
Na altura, o ministro português da Agricultura assegurou que o Governo tem um plano de contingência para fazer face à bactéria, estando a ser feitas prospeções simultâneas por todo o território.
As simulações feitas pela Autoridade Europeia da Segurança Alimentar mostram que a maioria do território da União Europeia tem um clima suscetível de desenvolver a bactéria, mas que o maior risco se apresenta nos países do Sul do continente.
Andrea Maiorano referiu que as experiências em curso mostram ser fundamental detetar com rapidez as plantas infetadas e implementar, o quanto antes, medidas fitossanitárias, como a retirada dessas plantas ou a aplicação de um controlo eficiente dos insetos que transmitem a doença.
A "xylella fastidiosa" é considerada uma das bactérias mais perigosas para as plantas à escala mundial e provoca várias doenças que podem levar à morte da vegetação.