publicado a: 2015-04-20

Dezenas concentram-se em Lisboa contra tratado de livre comércio entre UE e EUA

Algumas dezenas de cidadãos juntaram-se na tarde de sábado em Lisboa em protesto contra o acordo de parceria transatlântica de comércio e investimento entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos (EUA), uma “verdadeira guerra comercial”, vincam.

A concentração em Lisboa, que decorreu junto ao Convento do Carmo a partir das 15:00, foi organizada pela Plataforma Não ao Tratado Transatlântico e juntou algumas dezenas de pessoas empunhando cartazes contra o acordo, tendo sido também notada a presença de dois deputados: Miguel Tiago, parlamentar do Partido Comunista Português (PCP), e Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda (BE).

À agência Lusa, Leonor Duarte, da organização do protesto, sublinhou que o acordo, a ser implementado, terá repercussões em áreas como a alimentação, ambiente, saúde e emprego, entre outros, protegendo os “grandes capitais e as grandes corporações”.

Lisboa juntou-se hoje a mais de 600 cidades na Europa e nos Estados Unidos na oposição ao Tratado Transatlântico, num dia internacional de luta sobre este tema.

“As negociações decorrem no maior secretismo e não podemos aceitar isso”, vincou Leonor Duarte, posição também sublinhada, e lamentada, pelos deputados Miguel Tiago e Mariana Mortágua.

O deputado do PCP advogou também que o tratado, a “ser negociado às escondidas”, e pode baixar os padrões em vários níveis para “fazer frete às empresas americanas”, nomeadamente com um abaixamento salarial e a “supressão, ainda mais, das pequenas e médias empreas”.

Mariana Mortágua, do BE, declarou por seu turno: “Não conhecemos os pormenores [do texto]. Sabemos que está a ser negociado com o acompanhamento das grandes multinacionais, mas longe do escrutínio democrático de parlamentares europeus, de parlamentares nacionais ou até do nosso Governo, que desconhece o texto do tratado”.

Sob o lema “As Pessoas e o Planeta acima dos lucros”, centenas de cidades foram hoje palco de protestos de organizações da sociedade civil, sindicatos, agricultores, movimentos indígenas e ativistas de base.

A jornada internacional de luta tem como intuito travar os Tratados de Livre Comércio e de Investimento (TTIP – Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento, entre UE e Estados Unidos, CETA – Acordo Global de Economia e Comércio, com o Canadá, e TISA – Acordo de Comércio de Serviços) e promover uma economia que funcione a favor das pessoas e do planeta.

Lisboa recebeu o protesto no Convento do Carmo, em plena baixa da cidade.


Fonte: Observador

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