Análise semanal dos mercados
13 abril
Estabilidade de preços nos cereais nos mercados europeus no fecho da semana passada. A nova descida do euro teve aqui um peso importante.
Segundo o France Agrimer, 91% dos trigos em França estão em muito boas condições, o que antevê uma colheita abundante.
A colza também está estável, uma vez que a área semeada foi muito inferior este ano, o que antevê uma considerável redução da produção.
No mercado americano estabilidade do preço do milho e subida no do trigo.
Continua a haver algumas preocupações no que diz respeito à produção americana, pois esta Primavera tem sido muito seca. Entretanto, já chegaram algumas chuvas às grandes planícies americanas.
Os fundos estiveram vendedores de 3.000 lotes de milho e compradores de 4.000 lotes de trigo.
A soja fechou com uma ligeira descida, confirmando uma semana de preços negativos.
14 abril
Continua a estabilidade de preços dos cereais nos mercados europeus, apesar da descida da cotação do trigo em Chicago.
A área de cereais semeada na Europa é inferior à do ano passado, devido aos constrangimentos provocados aos agricultores pela legislação sobre o greening, pelo que a produção vai ser significativamente menor se tivermos também em linha de conta que 2014 foi um ano com produtividades excepcionais, que dificilmente se vão repetir. Existem, no entanto, grandes stockseuropeus de trigo, que podem estabilizar o mercado durante a próxima campanha.
Continua a desvalorização do euro face ao dólar que contribuiu para a tendência de subida do preço dos cereais europeus. Prevê-se assim para a próxima campanha uma ligeira tendência de subida de preço dos cereais.
O preço da colza manteve-se firme, pois é esperada uma baixa considerável da produção europeia.
No mercado americano baixa de preço de todos os produtos. O trigo foi o que mais desceu, depois do anúncio de chuvas fortes nas zonas de produção nos Estados Unidos, o que veio dissipar as dúvidas quanto às produtividades.
Os fundos reagiram imediatamente, tendo posto à venda 12.000 lotes de trigo, 10.000 lotes de milho e 4.000 lotes de soja.
A soja fechou a sessão em Chicago com pequenas baixas de preço. As condições climatéricas estão propícias ao início das sementeiras nos Estados Unidos e é um facto adquirido que os agricultores vão semear mais soja em detrimento do milho.
No mercado do Mar Negro de realçar o arranque das sementeiras de Primavera na Ucrânia e na Rússia, restando saber qual a área que vai ser semeada, pois a grande desvalorização do rublo e da grivna trouxeram graves problemas de tesouraria aos agricultores.
15 abril
Estabilização do preço dos cereais nos mercados europeus, apesar de se começar a sentir a pressão da próxima colheita, uma vez que os stocks existentes são muito elevados.
A desvalorização do euro facilita as exportações portuguesas, mas os principais países compradores já estão comprados até à próxima campanha. Estamos portanto perante uma situação que, a continuar as boas condições climatéricas no norte da Europa, pode vir a provocar uma descida de preços.
Bruxelas vai seguramente limitar o uso de terrenos agrícolas a 7% para a produção de biocombustíveis, o que é inferior ao que o lobby agrícola europeu pretendia, que era no mínimo 8%, o que também pode pressionar os cereais para baixo.
No mercado americano o trigo voltou a descer de preço com o ânimo de chuvas nas grandes planícies americanas. O milho esteve estável, numa altura em que começaram as sementeiras nos Estados Unidos.
A soja subiu no mercado de Chicago, recuperando um pouco das descidas dos últimos dias. Esta subida foi considerada como um movimento técnico pelos analistas, uma vez que não existem dados novos que possam influenciar o mercado. Entretanto, corre o rumor de que os stocks de soja na China estão a níveis muito baixos, o que pode levar a uma pressão positiva sobre os preços.
No mercado do Mar Negro a situação é normal com o arranque das sementeiras de Primavera na região.
16 abril
Estabilidade de preços nos mercados europeus, mantendo-se as boas condições atmosféricas para a produção de cereais na Europa.
As cooperativas alemãs estimam a produção de trigo a 26,7 milhões de toneladas, que é inferior à do ano passado, mas superior ao que inicialmente estava previsto. O aproximar da campanha e a existência de stocks elevados pode vir a pressionar os preços para baixo.
No mercado americano estabilidade para o preço do milho e descida do preço do trigo. Esta descida é devido às previsões de chuvas nas grandes planícies americanas que devem vir a contribuir para uma boa produtividade.
A soja teve uma grande volatilidade no mercado, atingindo ganhos consideráveis para depois perder terreno, acabando, contudo, em terreno positivo.
Confirma-se uma boa procura de soja nos Estados Unidos para esmagamento, pois a procura de farinha de soja para a alimentação animal continua alta.
No mercado do Mar Negro as condições atmosféricas continuam propícias ao avanço das sementeiras na zona, o que preocupa os operadores é a continuação do conflito político.
17 abril
Descida do preço dos cereais nos mercados europeus, devido às boas condições atmosféricas no hemisfério norte e os elevados stocks que existem na Europa.
Bruxelas emitiu esta semana certificados para exportação de 741.000 toneladas de trigo e de 357.000 toneladas de cevada.
As sementeiras de milho avançam rapidamente em França, mas mantém-se as previsões de uma redução significativa da área que vai ser semeada.
Grande estabilidade de preços no mercado americano, apesar da pressão para a descida do preço do trigo, devido às chuvadas que têm caído nas zonas de produção.
A soja também manteve o preço numa sessão muito pouco movimentada. As boas condições atmosféricas nos Estados Unidos vão permitir um óptimo início de sementeira da soja. A China continua um forte comprador e este ano espera-se que atinja as 77 milhões de toneladas, o que é superior às estimativas do Departamento Agrícola dos Estados Unidos, que eram de 74 milhões de toneladas.
No mercado do Mar Negro de realçar o início das sementeiras do milho na Ucrânia. A área semeada deve, no entanto, ser reduzida entre 5% a 8% em relação ao ano passado, devido às dificuldades de tesouraria dos agricultores que se agravaram muito com as desvalorizações sucessivas da grivna.
Fonte: Agroinfo