publicado a: 2017-02-06

Lobos sobressaltam populações da Arada e da Freita

Nas serranias da Arada e da Freita são muitos os idosos praticantes de uma agricultura que agora está em risco com o ataque das alcateias às cabras e vacas que noutros invernos pastavam livres.

No alto de Manhouce as montanhas têm nome e bichos. Por entre as serras da Arada e da Feita esconde-se o lobo e resiste o povo. A susbsistência é ditada pelos rebanhos domésticos e neste inverno os prados vão verdes, a água escorre da montanha e não falta pasto para os animais. Mas na Bustagenga "o gado fica preso nos currais e não sai para o monte".

Nos últimos dias, conta Maria Guimarães, "têm-se sucedido os ataques dos lobos. Eu fiquei sem uma toira, o meu vizinho ficou sem cão e nós temos medo de levar o gado a pastar. Como é que vivemos se os lobos nos matam o gado?". Na rua de baixo Manuel Almeida partilha das preocupações: "eu tenho uma quinta no alto da serra e há dois dias que lá não vou". Também Irene Machado mostra aflição com "um modo de vida que vai desaparecendo. Ficamos sem nada", desabafa.

O Presidente da Junta de Freguesia de Manhouce reconhece "os prejuizos com o gado" mas Carlos Laranjeira lamenta também "a sorte da população, que agora fica confinada em casa. As aldeias são muito próximas e a população visitava-se. Mas de noite, com o medo dos lobos, nem saem de casa".

O povo exige maior controlo sobre as alcateias, e quer que alguém pague os prejuízos que resultam dos ataques dos lobos. Esses prejuizos devem ser pagos pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas que, apesar de contactado, não esteve disponivel para prestar esclarecimentos


Fonte: TSF

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