Por que estão os australianos a usar protetor solar nas vinhas?
Numa das mais antigas vinhas australianas, datada dos finais do século XIX, o sol bate forte e a região tem enfrentado algumas condições atmosféricas menos positivas. A qualidade do vinho depende não só do sol e do solo, mas também da temperatura. Tempo muito quente pode infligir danos graves no grau e sabor que se espera obter. Demasiado calor (com índices elevados de humidade) pode levar os bagos a encolher ou mesmo a queimar.
Bruce Tyrrell, o responsável pela vinha Tyrrell's Wine, dá como exemplo o facto de ser normal protegermos as crianças com protetor solar, acrescentando que pulverizar as vinhas com protetor é um processo também normal.
Não é apenas a ciência que tem ajudado a proteger as vinhas. Numa região em que as temperaturas podem facilmente exceder os 45°, o processo de plantação das plantas é pensado de forma séria. O objetivo é evitar que o sol incida diretamente no fruto (pelo menos em grande parte do dia).
Os cientistas têm avançado com estudos pouco animadores para a região da Austrália. As alterações climáticas, e as cada vez mais frequentes ondas de mudança de temperatura na Austrália, podem ter um impacto muito negativo no país.
Christopher Wright, investigador da University of Sydney Business School, refere que algumas indústrias terão de controlar o aumento de calor através da refrigeração. O que levará a um aumento dos gastos em eletricidade, refletindo-se nos potenciais lucros e até na qualidade do produto final (dependendo da área).
Na Austrália as ondas de calor causam mais mortos do que qualquer outro desastre natural. Facto negativo, dado que a força de trabalho é a mais atingida (sobretudo os trabalhadores do setor agrícola). Atendendo a esta situação, alguns sindicatos decidiram elaborar um conjunto de regras para dias de calor extremo. Ou seja, quando as temperaturas ultrapassam o confortável, e atingem o limite do saudável, os trabalhadores podem fazer uma pausa.
Fonte: Visão