Portugal aprova financiamento de 17 ME para projetos nos países de língua portuguesa
Portugal já aprovou financiamento de 17 milhões de euros para projetos de países de língua portuguesa na área das alterações climáticas, principalmente de energias renováveis, água e saneamento, disse fonte da Agência Portuguesa do Ambiente.
«Temos um montante de financiamento já aprovado, e que tem vindo a ser desembolsado ao longo do tempo, a rondar 17 milhões de euros, com um conjunto muito significativo de projetos», avançou o director do departamento das Alterações Climáticas da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Em declarações à Lusa, Eduardo Santos especificou que aqueles projetos abrangem áreas «bastante diferentes», desde estratégias de baixo carbono a planos para aproveitamento da biomassa florestal, de apoio ao saneamento urbano ou o mapeamento de fontes de energia renovável.
O programa de apoio ao desenvolvimento e cooperação na área das alterações climáticas foi criado em 2010, dirige-se a Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Angola, Guiné-Bissau e Timor-Leste e junta a APA e o Camões, Instituto da Cooperação e da Língua na avaliação dos projetos propostos por aqueles países.
A iniciativa portuguesa teve origem nas decisões da convenção das partes das Nações Unidas para as alterações climáticas, visando a ajuda à capacitação dos países em desenvolvimento na mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças do clima, podendo concretizar-se através de financiamento ou de transferência de tecnologia.
«Neste momento, temos praticamente cobertos todos os países do programa e Moçambique foi aquele que apresentou um conjunto mais significativo de projetos», havendo propostas a beneficiar mais do que uma nação, segundo Eduardo Santos, que exemplificou com uma associação entre Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Moçambique para desenvolver em conjunto áreas de interesse comum, na vertente das alterações climáticas.
Os projectos financiados estão «praticamente todos» em concretização e a área da energia, principalmente as renováveis, é a mais concorrida, seguida das águas e resíduos.
O atlas para as energias renováveis em Moçambique foi o primeiro projecto a ficar concluído e conseguiu «resultados bastante interessantes, em termos de mapeamento num país riquíssimo em recursos renováveis», explicou Eduardo Santos.
Tratou-se de mapear o potencial de Moçambique nas energias renováveis com base no sol, vento, ondas e geotermia e identificar possibilidades de projetos a desenvolver, fornecendo ao Governo deste país um «instrumento importante» de decisão.
Também é em Moçambique o exemplo de um projeto que integra a componente transferência de tecnologia, aquele das «aldeias solares», que prevê a instalação de painéis fotovoltaicos em 50 localidades moçambicanas.
Além deste programa de cooperação, Portugal contribuiu com dois milhões de euros para o Fundo Verde do Clima, uma iniciativa internacional destinada a financiar a adaptação dos países em desenvolvimento e que deverá ter um orçamento de 100 mil milhões de dólares até 2020.
Fonte: Lusa/Confagri