Produtores tradicionais dominam produção mundial de vinho, mas novos têm mais dinamismo
Os produtores tradicionais de vinho dominam a produção mundial, mas o maior dinamismo está associado a novos produtores. Os cinco principais produtores representam ainda perto de 60% da produção mundial. Portugal produziu 6.7 mhl em 2017, ou seja 2.6% da produção total.
Estes são alguns dos dados revelados ontem, 20 de Setembro, na Conferência “O Vinho, o Dão, e a Beira”, promovida pelo Novo Banco, que decorreu no Montebelo Viseu Congress Hotel, integrada na Festa das Vindimas de Viseu que acontece até 23 de Setembro.
O estudo “Sector do Vinho — Caracterização e Outlook”, realizado pelo departamento de Research Económico do Novo Banco, foi o tema central da Conferência.
Adiantam os analistas do Novo Banco que a produção global de vinho atingiu 250 mhl em 2017 (vs. média de 273 mhl nos 5 anos anteriores). Condições climatéricas adversas levaram a uma forte quebra da produção global (-8.4% vs. 2016), interrompendo uma tendência ascendente, pressionando em alta os preços e abrindo oportunidades de ganho de quota a produtores do “Novo Mundo”.
Conjuntura global no sector do vinho é favorável
Por outro lado, apesar do menor volume de produção, “a conjuntura global no sector do vinho é favorável, com uma tendência de expansão do consumo, recuperando da queda e da estabilização observadas após a Grande Recessão”, diz o estudo do Novo Banco.
Segundo o departamento de Research Económico do Novo Banco, “depois de uma década de forte expansão, os EUA mantêm-se como o principal consumidor em termos absolutos, embora com uma tendência de moderação no crescimento. Consumo com tendência de estabilização em mercados maduros como França e Espanha”.
China deverá manter forte crescimento (sugerem subida para nº 2 no ranking em 5 anos). Portugal no top do consumo per capita.
Mercado cada vez mais globalizado
Para os analistas do Novo Banco, o sector vinícola trata-se de um “mercado cada vez mais globalizado, com as exportações a aproximarem-se de 50% do consumo e com um dinamismo crescente de novos produtores”.
E, “mais do que em volume, as exportações aumentam em valor. Consumidores globais dispostos a pagar pela qualidade”.
Pode ler-se no estudo: “Exportações em valor com maior crescimento do que em volume. Valor médio das exportações subiu 17% nos últimos 5 anos, sugerindo um peso crescente da comercialização de vinhos premium (em particular, espumantes) e uma maior disponibilidade dos consumidores para pagar mais pela qualidade”.
Acrescentam os analistas do Novo Banco que a “recuperação económica global e dinamismo dos mercados dos EUA (maior poder de compra) e da China (com uma classe média emergente) contribuem, em parte, para esta tendência”.
Mais, as previsões sugerem um crescimento médio anual em torno de 9% neste segmento, nos próximos 5 anos. Por enquanto, os vinhos franceses ainda lideram em notoriedade, em valor e em número de mercados.