Será que vai ser aumentada a quantidade autorizada de pesticidas nos alimentos?
Com a discussão do acordo de parceria União Europeia-Estados Unidos (TTIP), as questões de segurança alimentar têm estado cada vez mais em cima da mesa, pois os padrões europeus são muito mais elevados que os americanos.
Apesar de, por repetidas vezes, altos responsáveis europeus afirmarem que nunca vão ser reduzidos os níveis de segurança alimentar europeus, para facilitar o acordo, crescem cada vez mais os receios de que tal facto venha a ser uma realidade.
Segundo textos da negociação publicados na passada semana pela Comissão, pode ler-se que Bruxelas propôs a Washington que as tolerâncias e limites máximos de resíduos (LMR) adoptados pelo Codex Alimentarius sejam aplicados pelas duas partes, após a entrada em vigor do acordo.
O que acontece é que os limites do Codex Alimentarius são, em geral, superiores ao que hoje é praticado na UE.
Como exemplo extremo, temos o caso da difenilamina (DFA), usada para a conservação das maçãs, em que o LMR na Europa é de 0,01mg/kg, enquanto no Codex Alimentarius é 1000 vezes superior, ou seja, 10mg/kg, o que é autorizado nos Estados Unidos.
Nos promotores de crescimento não podemos esquecer a roptopamina que está presente no Codex Alimentarius e é usada em todos os países americanos, mas que é completamente proibida na Europa.
Estas e outras questões começam a vir a lume depois do Parlamento Europeu ter obrigado a Comissão a ter mais transparência nas negociações e a publicar textos que estavam no "segredo dos deuses".
Fonte: Agroinfo