Análise semanal dos mercados - 14 a 18 março
14 março
Nos mercados Europeus a semana terminou com um aumento do preço dos cereais, com destaque para a colza.
Segundo o France Agrimer, a cultura trigo já alcançou 33%. Na cevada as culturas de Primavera, até 7 de Março, estavam já nos 32%, contra 40% no mesmo período do ano passado.
No mercado americano o défice hídrico suporta os preços do trigo, onde os fundos continuam a ter uma posição vendedora. A soja continuou a contar com o apoio do óleo de palma e do tempo chuvoso no Brasil.
Assim, os fundos estiveram compradores esta sexta-feira de 7.000 lotes de milho e 7.000 lotes de soja e vendedores de 1.000 lotes de trigo.
Internacionalmente os Estados Unidos venderam 170.000 toneladas de milho ao Japão.
No mercado do Mar Negro a Rússia e a Ucrânia exportaram, respectivamente, 356.000 toneladas e 117.000 toneladas de trigo durante a semana passada. A actual falta de competitividade de origem russa está certamente relacionada com o recente fortalecimento do rublo.
No milho, a Ucrânia exportou 414.000 toneladas de milho, contra 156.000 toneladas exportadas da vizinha Rússia.
15 março
Nos mercados europeus os cereais apresentam um ligeiro aumento. As condições meteorológicas permanecem bastante boas, o que faz com que as culturas de Primavera estejam bastante avançadas, comparando com o ano passado.
Internacionalmente registamos uma proposta da Jordânia para 100.000 toneladas de qualidade de trigo duro.
No mercado americano aumento dos preços do milho e do trigo. No mercado da soja registou-se uma estabilidade, depois dos recentes aumentos relacionados com o tempo chuvoso no Brasil, que fizeram atrasar a chegada da colheita.
Os operadores estão a aguardar a chegada do relatório da USDA (Departamento Agrícola dos Estados Unidos) de 31 de Março, onde se esperam estimativas da área cultivada de milho e de soja. Assim, os fundos estiveram compradores ontem de 10.000 lotes de milho e 2.500 lotes de trigo e neutros para a soja.
No mercado do Mar Negro de registar a volta do frio, com normais valores sazonais, depois de temperaturas particularmente quentes para a época do ano. Contudo, esta situação permitiu que a Ucrânia plantasse já 320.000, contra 600.000 na Rússia, onde em ambos os lados foi registado algum avanço em relação ao ano passado.
16 março
Na Europa os mercados, na ausência de novos elementos, estiveram muito calmos. As condições meteorológicas permanecem favoráveis no hemisfério norte.
Internacionalmente de registar um novo concurso para o trigo por parte do Egipto, num ambiente ainda incerto sobre os aspectos qualitativos. A Argélia por sua vez, lançou um concurso para o trigo duro.
Mercado americano muito calmo, estando a aguardar o relatório da USDA (Departamento Agrícola dos Estados Unidos). Assim, os fundos estiveram vendedores de 1.000 lotes de milho, 3.000 lotes de soja e 1.000 lotes de trigo.
Os meteorologistas esperam um défice hídrico nos Estados Unidos nos próximos meses, como resultado do efeito do fenómeno El Niño. Contudo, parece muito cedo para preocupações de maior.
No mercado do Mar Negro nada de relevante a registar.
17 março
Grande tranquilidade nos mercados europeus, com os operadores a pensar mais na próxima colheita do que propriamente nos negócios actuais.
Aproveitando esta onda de preços baixos, o Egipto aproveitou para comprar 240.000 toneladas de trigo, sendo que a França vendeu 120.000 toneladas, uma vez que os controlos de qualidade já foram alterados.
A estabilidade do preço do milho foi também suportada pelas estimativas, que apontam para uma redução significativa das áreas a semear em França.
No mercado americano ligeira descida do preço do trigo, uma vez que, apesar de algumas complicações meteorológicas, não se verificam perdas nos campos. O milho, por seu lado, teve uma ligeira subida, devido ao aumento de produção de etanol.
A soja teve um dia muito conturbado em Chicago, com os fundos de investimento a quererem realizar mais-valias, o que puxou os preços para baixo, mas, mesmo assim, no final da sessão o mercado reagiu e recuperou praticamente das perdas do início da sessão.
No mercado do Mar Negro de registar o facto de a Rússia não ter conseguido fechar negócio com o Egipto, uma vez que os seus preços não foram competitivos, devido à recuperação da cotação do rublo.
18 março
Forte queda dos preços dos cereais nos mercados europeus, devido aos elevados stocks e também as boas previsões de colheita. Neste momento, o milho começa a subir a pressão dos preços baixos do trigo.
Bruxelas emitiu, esta semana, certificados à exportação de 735.000 toneladas de trigo e de 81.236 toneladas de cevada.
No mercado americano situação diferente, com uma recuperação do trigo e milho. O trigo beneficiou de uma série de negócios de venda e o milho do aumento de procura para o etanol.
A soja teve uma recuperação de preços, sobretudo, devido às boas performances da exportação. Segundo os analistas este movimento de subida deverá continuar nas próximas semanas.
No mercado do Mar Negro de registar o bom avanço das sementeiras de Primavera e isto mesmo com a descida das temperaturas. Na Rússia e na Ucrânia mais de 1 milhão de hectares já estão semeadas.
Fonte: Agroinfo