Análise semanal dos mercados - 18 a 22 janeiro
18 janeiro
Descida generalizada de preços nos mercados europeus, devido à crise económica que se está a sentir na Ásia e também à baixa do preço do petróleo. Não se esperam hoje grandes evoluções de preços, uma vez que o mercado americano está fechado hoje por ser feriado.
No mercado americano a semana fechou com uma estabilidade do preço dos cereais, com os fundos a estarem compradores de 8.000 lotes de milho, 3.000 lotes de trigo e vendedor de 3.000 lotes de soja.
A soja teve um dia de grande volatilidade, terminando em baixa, sendo que, contudo, a semana em média teve uma recuperação de preços. A baixa do preço do petróleo está a provocar grande perturbação nos mercados, o que pode também vir a trazer mais investidores para o sector das commodities agrícolas.
No mercado do Mar Negro de registar a baixa nas exportações de trigo ucraniano e um aumento de exportações de milho. A Rússia mantém um valor normal das suas exportações de trigo.
19 janeiro
Na Europa os níveis baixos de preços dos cereais estão a atrair compradores. No entanto, os stocks limitam as quantidades por contrato.
O sector da energia está sobre pressão, devido às sucessivas baixas do petróleo, o que tem proporcionado uma grande volatilidade no mercado das oleaginosas.
O mercado americano teve encerrado ontem, devido ao feriado do Martin Luther King Day. Contudo, os operadores permaneceram atentos às consequências da queda das barreiras à importação da soja anunciadas pelo governo argentino.
No mercado do Mar Negro, devido ao mau tempo, a actividade no porto ucraniano de Yuzhny, uma das três bacias mais importantes para as exportações de grãos, foi suspensa ontem. Na Rússia o mau tempo não perturbou o normal funcionamento das exportações.
21 janeiro
Os mercados europeus continuam a sofrer com a queda do preço do petróleo, que continua a ser o principal indicador de confiança para o crescimento económico mundial.
O Egipto, aproveitando a tendência de baixa dos preços dos cereais, está no mercado para comprar trigo para 20 de Fevereiro e 1 de Março, resta saber se irá comprar à França ou à Argentina.
O milho, apesar das elevadas importações por parte da África do Sul, está a ser afectado pela queda do consumo pelo sector avícola, devido à gripe aviária.
No mercado americano as exportações de soja para a China não parecem afectados pela crise económica, mas as perspectivas de uma boa safra da América do Sul pesam sobre os preços.
O trigo nos Estados Unidos permanece penalizado pela falta de competitividade no cenário internacional, apesar de que se estima uma colheita para 2016 significativamente menor do que no ano passado.
Os fundos estiveram, ontem, vendedores 6.500 lotes de soja e 1.000 lotes de trigo e compradores 4.000 lotes de milho.
No mercado do Mar Negro, após a queda dos preços do petróleo, o preço do rublo russo contra o dólar atingiu ontem um novo máximo histórico de mais de 81 rublos para 1 dólares. Contudo, o imposto sobre a exportação de trigo continua a aumentar.
Esta desvalorização da moeda deve encorajar as autoridades russas a realizar uma nova modificação do sistema de cálculo do imposto o mais rapidamente possível. O Ministério da Agricultura apelou a uma redução no valor do imposto ou mesmo o seu cancelamento.
22 janeiro
Estabilidade de preços com alguma tendência de subida nos mercados europeus, devido à reacção positiva da bolsa às afirmações do Presidente do Banco Central Europeu.
Aproveitando esta baixa de preços do final da passada semana, vários países aproveitaram para fazer compras, com o Egipto a avançar com 235.000 toneladas de trigo, dos quais 60.000 toneladas de França e 60.000 toneladas da Roménia.
Bruxelas emitiu, esta semana, certificados à exportação de 518.083 toneladas de trigo e de importação de milho de 940.938 toneladas, o que foi o valor mais elevado para esta campanha.
Situação de estabilidade no mercado americano para os cereais, depois do anúncio das previsões em baixa para a produção mundial de milho, feita pelo International Grains Council.
A soja terminou a sessão com alguns ganhos, aproveitando também a ligeira recuperação do petróleo. O mercado continua, no entanto, muito instável e sem grandes oportunidades de uma recuperação.
Nada de relevante a registar no mercado do Mar Negro.
Fonte: Agroinfo