publicado a: 2020-04-16

Proteger as Plantas é Proteger a Vida – Ano Internacional da Sanidade Vegetal

Paula Cruz de Carvalho, Subdiretora Geral da Direção Geral de Alimentação e Veterinária

No Ano Internacional da Sanidade Vegetal, Paula Cruz de Carvalho, Subdiretora Geral da Direção Geral de Alimentação e Veterinária, recorda que é fundamental aumentar a consciência da Sociedade sobre a importância de proteger as plantas de pragas e doenças, responsáveis por 40% das perdas de alimentos a nível global.

A FAO declarou 2020 como o Ano Internacional da Sanidade Vegetal. Como é que a saúde das plantas afeta a vida de todos nós?

A vários níveis. As pragas e doenças que afetam as plantas são responsáveis por importantes perdas de alimentos, a FAO estima que essas perdas atingem 40% a nível global. As plantas fornecem a grande parte da nossa alimentação e vários produtos essenciais ao nosso dia a dia. As plantas dão abrigo, produzem oxigénio, capturam carbono, e fazem parte nas nossas paisagens e ambientes naturais. Proteger as Plantas é Proteger a Vida!

A prevenção é fundamental para evitar o efeito devastador das pragas e doenças na agricultura e nos ecossistemas. O que pode cada um de nós fazer para ajudar na prevenção?

Os agricultores e todos os que estão ligados à agricultura ou silvicultura reconhecem a importância da sanidade vegetal, no entanto, grande parte da população desconhece essa importância. É fundamental aumentar a consciência global para esta questão, tal como para a salvaguarda da saúde do Homem ou dos animais, a prevenção é determinante para se evitar a introdução e a dispersão de pragas e doenças das plantas que podem ter efeitos devastadores.

Importa adotar comportamentos responsáveis, por exemplo, não trazer sementes, plantas ou frutos de locais onde vamos de férias, se não estiverem controlados pelos serviços fitossanitários. Importa compreender as medidas de controlo fitossanitário, compreender e respeitar os enormes desafios que os agricultores enfrentam no combate a doenças e pragas emergentes ou outras que provocam sérios danos nas culturas.

Para pôr comida nas nossas mesas, os agricultores têm que proteger as culturas agrícolas de pragas e doenças. É possível fazê-lo sem usar produtos fitofarmacêuticos?

Não. Ainda que se devam integrar várias formas de luta contra as pragas e doenças das plantas, os produtos fitofarmacêuticos, tal como os medicamentos, são fundamentais para assegurar a produção agrícola e florestal, mas também para a proteção dos nossos recursos genéticos vegetais. São importantes em todas as formas de produção, quer na proteção integrada quer no modo de produção biológico e são cada vez mais usados pelos agricultores de uma forma responsável e sustentável.

Que garantias têm os consumidores portugueses de que os alimentos que compram são seguros?

Os alimentos são cada vez mais seguros, os nossos agricultores asseguram uma produção de alimentos de elevada qualidade e diversidade. Foi feito um enorme esforço de toda a fileira produtiva, na formação e no apoio técnico aos agricultores.

São grandes as exigências regulamentares que têm que ser cumpridas para que os alimentos possam ser colocados ao dispor do consumidor. Os resultados dos controlos privados, realizados pela distribuição, e oficiais, realizados pela DGAV em articulação com várias outras entidades, revelam excelentes resultados, designadamente no que diz respeito ao cumprimento dos limites máximos de resíduos de pesticidas ou de outros contaminantes químicos ou biológicos.

2020 é o Ano Internacional da Sanidade Vegetal declarado pela FAO


Entrevista publicada no Blog "Alimentar com Inovação" da:

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