publicado a: 2016-06-02

Pulverização eletrostática: a revolução na aplicação de fitofarmacêuticos

Uma nova tecnologia desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) poderá trazer muitos benefícios para a agricultura. O pulverizador eletrostático visa diminuir a aplicação de produtos fitofarmacêuticos. A novidade já está a ser usada por pequenos produtores.

A agricultura brasileira é uma das maiores e mais produtivas do mundo e justamente por ser muito grande consome muita água, muita semente, adubo e produtos fitofarmacêuticos para combater doenças e pragas de todo tipo.

O agrónomo Marcelo Morandi, chefe da Embrapa Meio Ambiente, acredita que os produtos fitofarmacêuticos são ferramentas importantes para a agricultura. Só que muitas vezes esses produtos são usados de maneira errada ou em excesso, o que pode provocar uma série de problemas.

“Pode trazer contaminação de água, contaminação de solo, contaminação do aplicador, e até mesmo ter o resíduo no produto que vai chegar até ao consumidor. Poderíamos usar melhor essa ferramenta”, explica Marcelo.

A redução dos produtos fitofarmacêuticos pode ser feita de várias maneiras. A desenvolvida pela Embrapa é o pulverizador eletrostático, equipamento simples, de baixo custo e que pode ser usado por pequenos produtores. Quem acompanhou o desenvolvimento do produto foi o agrónomo Aldemir Chaim.

“Basicamente o pulverizador contém uma fonte. Esta fonte de alta tensão, segue por um fio vermelho que vai eletrificar o líquido na ponta do equipamento, que ao romper, as gotas saem eletrificadas”, conta Chaim.

Segundo Chaim, quando as gotas recebem uma carga elétrica, elas passam a funcionar como ímanes, ou seja, ao invés de se dispersarem no ar, elas prendem-se nas superfícies das plantas, o que aumenta e muito a eficiência da aplicação.

“A planta vai atrair essa gota com grande intensidade e isso passa a ser diferente do processo convencional onde a gota é mandada para a planta”, explica o agrónomo.

Segundo o agrónomo, na pulverização convencional, cerca de 70% do produto aplicado acaba no solo ou é levado pelo vento. No caso do pulverizador eletrostático, a conta é inversa. Cerca de 70% do produto fica agarrado à planta. Outra vantagem da pulverização eletrostática é que o produto aplicado também se deposita na parte debaixo das folhas, o que é muito importante para o combate de diversas pragas e doenças.

A tecnologia já é usada na agricultura, principalmente nos Estados Unidos, mas em equipamentos motorizados de grande porte. Já o pulverizador da Embrapa é portátil, próprio para pequenos produtores.


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Fonte: Agrosoft Brasil

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