Os pontos-chave do futuro promissor da agricultura vertical
No próximo 16 de junho comemora-se em Amesterdão o GreenTech 2016 onde muitos dos membros da Associação de Agricultura Vertical se reúnem para partilhar experiências e conhecimentos.
Pode parecer uma conclusão óbvia, mas a origem da agricultura vertical está na escassez de área cultivável. Em 2050 as necessidades alimentares vão crescer até 70%, de modo que a superfície de novas terras cultiváveis no mundo deve crescer cerca de 20% - o equivalente à área do Brasil.
Por outro lado, a agricultura vertical ameaça “roubar” o papel hegemónico dos países produtores no sul da Europa.
Estão sempre a surgir informações sobre hortas urbanas, explorações agrícolas robotizadas, etc.; o crescimento de tais culturas é exponencial e não uma moda passageira ou “snobismo”, as vantagens sobre a agricultura tradicional em certos países é real e a oportunidade de negócio está a atrair muitos investimentos.
Mas não é apenas uma questão de espaço, com a agricultura vertical são outros conceitos associados que a tornam num futuro modelo de produção: economia circular e reutilização de recursos, a segurança alimentar total, minimização de custos e impacto ambiental, etc.
Aqui estão cinco pontos-chave pelo qual prevemos uma vida longa para este tipo de cultura:
1. Menos solo para mais culturas
A agricultura vertical é capaz de produzir o mesmo que até 10 ou 20 vezes o tamanho da superfície exigido na agricultura tradicional. Por outro lado, na agricultura vertical é recolhida até 90% do potencial de superfície cultivada, enquanto na tradicional é de apenas 50%.
2. Os recursos não são o importante
Menos de 1% de água disponível no planeta é apropriada para o consumo humano, desta 70% é destinado ao cultivo de plantas e produção animal. A agricultura vertical pode reduzir a procura de água de 70 a 95%.
Mesmo assim, o setor agroalimentar consome 30% de combustíveis fósseis extraídos do solo.
3. Vertical e deslocalizada
Estima-se que um alimento percorre em média, desde o seu local de origem até ao prato, quase 2.500 km. A distância é reduzida a praticamente nada em produções verticais,ue podem ser localizadas nas mesmas cidades ou hortas urbanas.
4. Ecológicas e saudáveis
Estima-se que a agricultura tradicional tenha utilizado 2.300 milhões de toneladas de pesticidas em todo o mundo. Material químico com enorme impacto sobre o meio ambiente, do qual apenas se tenha obtido uma eficiência de apenas 0,1%.
A agricultura vertical interior tem uma atmosfera protegida que impede pragas e doenças. Por outro lado, a produção 100% controlada da agricultura vertical interior evita qualquer risco de contaminação, pelo que a segurança alimentar está garantida.
5. O futuro da economia circular
A tendência explorações agrícolas verticais é de economia circular. Não só serão autossuficientes energicamente, mas também serão responsáveis pela gestão dos seus próprios desperdícios e pela sua devolução à linha de produção. Um exemplo muito gráfico é o conceito de exploração flutuante, desenvolvido por um gabinete de arquitetura espanhol em que os resíduos das culturas serviam de comida para os peixes e, as fezes deles, fertilizavam os terrenos de cultivo. Todo este processo mecânico seria alimentado por energia solar.
Fonte: Orizont