Tecnologia de Produção de Hortícolas prevê reduzir 90% o Consumo de Água
A Grow to Green, participada do ISQ e da ARALAB, vai estar de 9 a 11 de março, em Abu-Dhabi no Global Forum for Innovations in Agriculture (GFIA 2015), evento mundial de referência sobre tecnologia e agricultura sustentável, para apresentar a tecnologia desenvolvida, o Indoorfarming.
O Indoorfarming vem demonstrar não só que é possível cultivar vegetais sem recurso a solo ou luz solar mas também que é possível fazê-lo de forma sustentável com baixos consumos de água e energia, economicamente rentável e com um produto final de qualidade superior. O projeto está a ser desenvolvido em Castelo Branco, apoiado no laboratório de eficiência energética do ISQ, contando com a participação de uma equipa técnica multidisciplinar.
O objetivo é apresentar soluções de Indoorfarming, equipamento e instalações para produção de produtos hortícolas (rúcula, alface, ervas aromáticas) e outros frescos sem o recurso a herbicidas e pesticidas e reduzindo significativamente os custos e o impacte ambiental na produção e na cadeia logística.
“A grande motivação do ISQ para este projeto é o contributo tecnológico que podemos trazer, mas também criar um produto que se possa colocar em vários países”, sublinha Joaquim Guedelha, vice-presidente do ISQ.
Em matéria de exportação, esta participada estima vender para países do Médio Oriente e outras regiões com deficiência ao nível da água ou com condições naturais adversas à produção de frescos.
As instalações de Indoorfarming têm como potenciais clientes os grandes produtores de hortícolas. Já os equipamentos deste tipo são dirigidos a restaurantes de gama alta, hotéis e cadeias de distribuição.
Revolução na produção Agrícola – Redução em 90% do consumo de água
O Indoorfarming consiste na produção de vegetais em ambiente totalmente controlado ao nível de luminosidade, temperatura, humidade e CO2. Por se tratar de um ambiente fechado e controlado as plantas crescem protegidas das agressões exteriores.
Baseado na cultura hidropónica, os circuitos de alimentação de nutrientes e água às plantas são fechados e monitorizados em permanência. Assim, as plantas consomem apenas a água necessária ao seu crescimento, reduzindo significativamente as perdas mesmo em relação aos métodos mais avançados da agricultura tradicional.
O projeto passa por, numa estrutura completamente controlada, potenciar a velocidade de crescimento dos vegetais, ao menor custo possível, com eficiência no consumo de energia e de água que é reaproveitada no sistema de alimentação à planta. Toda a iluminação é feita com tecnologia LED ou mista, cujo comprimento de onda se adequa às necessidades de cada planta.
Um dos grandes benefícios desta tecnologia é eliminar a dependência do clima ou de uma estação do ano em particular, sendo possível produzir o que se quer, onde se quer, na altura do ano em que se quer, sem qualquer tipo de condicionalismos meteorológicos.
Uma vez que o sistema é isolado do exterior, as plantas não estão expostas a agressões biológicas pelo que não necessitam de pesticidas ou herbicidas.
Estamos, portanto, a falar de alimentos de elevada qualidade, seguros e de poupanças a vários níveis: maior densidade de plantação por m2 de terreno, maior eficiência hídrica, maior segurança ambiental, maior controlo de qualidade e cadeia logística mais curta e eficiente.
Os custos iniciais de investimento serão rapidamente amortizados através do retorno obtido, pela redução do desperdício e logística mais eficiente.
A importância deste conceito não se resume apenas à produção agrícola, mas apresenta potencial futuro no que respeita ao desenvolvimento académico e investigação. Neste campo, assume particular relevância a cooperação com centros de I&D, Universidades, Escolas Agrárias e a muitas outras áreas do conhecimento. Desta união vão nascer novos princípios que certamente irão solidificar a tecnologia existente, abrindo portas a novas soluções futuras.
O projeto nasce com a possibilidade de utilizar uma infraestrutura tecnológica gerida pelo ISQ, localizada em Castelo Branco, neste caso um laboratório de eficiência energética com produção energética autónoma a partir de energias renováveis. Este permite estudar os parâmetros de produção para diferentes espécies agrícolas e para a otimização dos consumos de energia, no limite sem recurso a fontes energéticas externas.
Fonte: Agrotec