O empalhamento do solo como prática no controlo das infestantes
O DICA (Divulgação de Informação do Comércio Agroalimentar) do Governo Regional (Região Autónoma da Madeira), divulgou no seu site um artigo sobre:
O empalhamento do solo como prática no controlo das infestantes
O controlo das infestantes é um dos desafios no modo de produção biológico, uma vez que não é permitida a luta química com o uso de herbicidas, sendo, contudo, ultrapassado através de um conjunto de medidas preventivas e de intervenção direta.
As medidas preventivas, como o empalhamento do solo, as rotações e consociações de culturas, enrelvamento em culturas perenes e a redução das mobilizações do solo, apresentam uma ação limitante no desenvolvimento de infestantes. Quando as medidas preventivas não são suficientes, podem ser implementadas as medidas de intervenção direta, tais como a monda mecânica, a monda térmica, a monda manual e o pastoreio.
Neste artigo, abordaremos unicamente a prática do empalhamento do solo no controlo das infestantes.
Esta prática consiste na cobertura do solo (10 a 25 cm de espessura) com materiais de origem vegetal, nomeadamente palhas, ervas secas, cascas e folhas de árvores, resíduos de culturas sãs, matos e ramos triturados, “bagaço” de cana-de-açúcar e pseudocaules das bananeiras, entre outros, com o objetivo de limitar o crescimento da ervas infestantes pelo bloqueio à entrada de luz, manter estável a temperatura do solo e evitar a evaporação de água.
O empalhamento do solo tem ainda um efeito substancialmente importante na fertilidade do solo, uma vez que fornece nutrientes às culturas e ao solo, aumenta a incorporação de matéria orgânica e da biodiversidade, contribui para a conservação e favorece a estrutura e a permeabilidade do solo.
Na escolha do material a utilizar, deve se ter em atenção a sua composição química e a disponibilidade local, de maneira a respeitar o princípio da sustentabilidade aconselhado pelo modo de produção biológico.
Esta é uma técnica utilizada principalmente em fruticultura e horticultura, podendo aplicar-se em todo o terreno ou só numa parte do mesmo.
Normalmente, na fruticultura em modo de produção biológico, a cobertura do solo é praticada e recomendada principalmente na linha, numa faixa de 1 a 2 metros de largura ou nas bacias. O material vegetal deve estar afastado dos caules ou troncos, de modo a evitar o desenvolvimento de doenças, nomeadamente as provocadas por fungos.
Em horticultura, a cobertura de solo é de extrema importância, dado que algumas espécies infestantes apresentam um crescimento e desenvolvimento mais rápidos do que as espécies cultivadas, vindo a exercer uma elevada competição pela luz, nutrientes, água e CO2.
Lénia Jardim
Rosa Gonçalves
Direção Regional de Agricultura